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Mostrando postagens de agosto, 2019

Versos como pétalas ao vento

Todo dia tem poesia!!! Em ato de amor-próprio jurei a mim mesma plantar saudade no jardim da minha Arte! Tenho florescido, plantando semente, todo dia nasce flor de lótus, canto pra Iemanjá. Vou levar às águas do mar meus tantos versos, Iansã há de espalhá-los em seus muitos ventos... E os arrepios frio que tu sentes, sou eu, é Ela quem leva meu coração cheio de palavras rimadas, sussurradas em teu cangote sem tu nem te aperceber... Foi o jeito torto que achei de me manter direito. De fazer direito algo que não pode continuar sem dar certo... Seja lá o que seja para além de mim, a linda mulher que desabrocha com as flores-líricas sabe que só pode mesmo, muito bem e decerto, cuidar de seu jardim. Floreço versos. Podo a mim mesma. Caminho deserto, hoje é terra fértil. Continuas aqui. Rego-as com o amor que sinto. Inexplicável como sempre, literariamente existente. Já dizia o poeta, a literatura existe porque a vida não basta. Vivo meu amor em palavras.

Encontrar-se. (Tecido da Vida).

A criança corre feliz por dentro de mim... Todo dia é dia de brincar! Ah... como é feliz a gente se encontrar! Eu fui lá buscá-la, no sóton das memórias tristes, dei-lhe a mão, saímos abraçadas, rodopiano, gira, gira, gira-gira, gira gira... O mundo dançante e a gente bem mais feliz... Lhe faço canções de ninar, ela se acolhe em mim. Há pouco tempo resgatei a doce menina, às vésperas da adolescência, brincava de adulta, pouco entendia da vida... Trouxe pra longe dos olhares tóxicos de machos pedófilos que cheiram rastro de menina-mulher. Ela me deu minha primeira poesia, tão menina, refletia sobre a vida... Já, indagando entre os mundos... seu caderno cheira a mofo, mas suas ideias continuam deveras frescas na minha alma... Foi ela que me descobriu a escrita como forma de filosofar. Pouco antes, entre a infância e um degrau de quase crescida, foi quem se descobriu artista... Rodopia coreografias com as fitas da ginástica, abracei-a forte, fez metamorfose e borboleteou saindo do casulo

Arco-íris

Já escrevi muito - já faz um tempo - sobre dias cinzas, tenho dito muito sobre os dias de sol e o pôr-do-sol, mas meus dias prediletos são os dias de chuva... Eu chovo pra dentro, eu chovo pra fora, meu rosto às vezes é maré cheia e minhas covas rasas um laguinho que mal dá pra se afogar... É quando eu sorrio em meio à tempestade, num alarde de iluminação, faz arco-íris, eu faço poesia. Prometi a mim mesma que pra cada pensamento de saudade impossível de ser sanada, ou de impotência diante da realidade da vida, por obra de sanidade, saneamento básico do meu ser, eu escreveria uma poesia. Gosto de perceber as que se tornam arco-íris. Era muito doida a dor dos dias cinzas. Mas hemos de convir que nem todo dia é dia de sol. Por isso eu gosto é dos dias de chuva que terminam em arco-íris. E de molhar o lençol. (Eu já contei diversas vezes, mas eu adoro relembrar nesse tom de cochichar: na minha iris mora um girassol!)

Tudo aqui é a verdade do talvez

Não farei poesia sobre a realidade! Não me alardeiem que isso não é combate! Combate pra hj em dia é por mãos na latrina, palavras por aqui nada constroem... Não me peçam, não se rasguem, não me engasguem, não diga que poeta tem que falar de realidade!! Não me aguarde! Tudo que faço aqui é mentir deslavadamente sobre o que sente meu próprio ser... expurgo ideias sórdidas e amores imaginários, brinco de talvez... Era uma vez... De realidade já me basta a vida! Nela tenho sido obrigada por força de sanidade imposta por terapia a levar o dia-a-dia encarando o tal viver... Sem me adoecer! Quero mentiras sórdidas e verdades indizíveis por aqui. Sem me desmentir. Irresponsavelmente eu. E só.

Minhas curvas: poesia de ser feliz (mulher com buceta e voz)

No fundo do meu olhar tem um girassol que se aquece no sol do meu próprio sorriso... Vez ou outra na vida se encontra em outro abrigo, sorriso amigo que lhe encanta de volta entre as voltas da vida... E pelas minhas curvas toques de amor produzem melodias, som que arrepia... Os bicos do meu peito já alimentaram uma vida, também são obras-primas escupidas pela beleza do frio, do vento, dos lábios sinceros que os veneram... Do primeiro fio de cabelo brilhante a ponta dos dedos dos pés de bailarina, minha sina, beleza rara, rara poesia... Essas curvas horas mais largas, horas mais magras, desafiam o viajante que almeja muitas estradas... Pele macia, caminha rara, se declara, se perde, se desvia... Faz girar feito autorama o desafio da saudade... Mas é labirinto, desafio, requer palavra certa, esfinge devoradora, redentora, requer saber mágico, flor de lótus não se abre a qualquer um... Talvez algum desavisado no caminho, segue sem desatino, passeou por aqui, numa única vez, chance rara ne

Bicho-gente

Todo enredo tem uma boa história, que cá pra nós ninguém acredita ou bota fé de que na vida assim a pé, vagueando pelo mundo concreto do concreto dia-a-dia possa mesmo vir a existir... Essa coisa assim meio encantada, que parece com a fábula, moral da história ou final feliz... Que haja esse tal de arrebate, que se explique em coisas simples, feita de gestos e diálogos, passo a passo, olho a olho, desse jeito que de tão simples nem parece que chega mesmo a existir... Que desde que o mundo tenha sido mundo, e na multiplicação de tantos corpos, que tenha havido todavida os mesmos gestos, tão simples quanto existir... Dois corpos, duas medidas, quatro olhos, quatro braços, abraços, entregas, desejos, desvios... Pode ser que nada disso se tenha havido, prum desavisado que acredita no tal do instinto animal, é pq nunca olhou olho no olho de um bicho, lhe emendou um carinho, se apercebeu que é feito de troca toda relação desse ser/estar... Instinto bota brasa, é desatino, mas tb tem lá seu j

Era uma vez...

Ela é princesa, e tem o olhar tão doce... Quem me dera e antes fosse de história essa estória para além do caminho do talvez... Ela é Fiona, só parece que é tão forte, que é tão rude, mas no fundo é um açude, flor de sol no seu jardim... Sinto saudades dela e quem me dera saber se ela sente a mesma falta de mim... Foi assim tão confuso, mas foi assim tão bonito, foi assim tão insano, foi assim tão factível nossa história de amor... Tão qual conto de fadas, deve haver em uma estrada da floresta encantada a carruagem real de duas princesas se beijando em um final feliz.

Mundo Encantado

Declaro com euforia nova norma ou portaria, declarada para o reino encantado do meu próprio-mundo...: - De hoje em diante não há mudo nem falante, apagado ou flamejante, gente solta ou timidamente errante, que ame sozinho ou distante! Qualquer ser que o acaso à vida trouxe há de ter encontro salgado ou doce onde os sentimentos semelhantes botem flor em dois corações... Há de nascer de par em par o tal doce do amar! E de forma similar, se um dia há de brochar, de tal modo secará em dois colos no mesmo instante. Findos abraços, findas saudades. E assim, reino felicidade, de reciprocidade há de viver cada ser! FIM.

O poder da poesia ou o canto de Iara

- Espere Narciso! Não se afogue! São as sereias... Encantam-te nesse canto tácito... No tilitar da água que escorre, pensas fluir nesse rio, mas aqui não é você... Olhe bem... Esqueça das ilusões auditivas... Lava o rosto, silencia, escuta-te!! Afasta-te!! Poema nenhum tem a ver com vc... Poema é vida própria, a ninguém pertence! Não te iludas! Não te ausente de ti, iludido... Todo poeta luta luta própria dando à luz sua própria criação... Filho solto no mundo não pertence nem mesmo àquele que lhe pariu.

Aconchelhimento

Eu não quero dizer nada. Mas há algo dentro de mim. Que nada deseja ser... Apenas deseja reconhecer-se existente em meu ser... É sentimento... Aconchegado. No peito calado, sabe que desaceito, mas não desfeito. Abraça-se ao meu amor, sente-se acolhido. Está feliz por existir. Agradece-me por não achá-lo feio, caolho, estério, por respeitar sua existência, ainda que tenha nascido pra morar em outro coração. Me faz companhia. Com ele não me sinto mais só... Fomos tão companheiros... Ensinou-me tantas coisas... Encontrou pra mim o meu próprio amor, casou-o com minha carência, ambos agora em lua de mel. Trouxe-me paz, luz... Flores e borboletas no caminho... Pores do sol... Estamos felizes e em paz. Eu por tudo que ele fez por mim. Ele, por não força-lo a partir daqui... Sabe que não tem morada no coração para o qual foi feito... E me agradece que eu lhe respeite e espere estar preparado pra ir embora de mim.

Final Feliz

Ela está lá, com seu chapéu de bruxa e seu caldeirão... Sua bola de cristal, com arco-íris ao centro, mostra que a vida deve fluir... Talvez fora noite de Lua Cheia, mas nesse momento ela míngua... Lhe pede que deixe a energia ir... Seu ralo de bruxa lhe cochicha para mandar a energia ruim embora... Varra, com a vassoura de bruxa... A gata Ametista lhe observa profundamente, lhe passa entre as pernas... Ela sabe que se comandasse um rubi bem lapidado daria fim a essa dor... Mas Ametista lhe olha... O cálice de Ametista com quartzo leitoso a acalma... O rosado a lembra que está ali... Ela olha ainda uma vez pela janela... Ele caminha sem olhar pra trás... Com sua roupa de soldado, rumo a floresta... Ela sabe que poderia ter lhe roubado a alma toda... Embora tivesse ficado com um pedaço dela... Que ela tb sabia mandar partir, mas como ele lhe deixara de vontade inconscientemente própria, ela na verdade não queria se desapegar... Saberia que isso a faria lhe encontrar ainda outras vezes n