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Mostrando postagens de março, 2018

Fina flor do caos

De poeta, artista, todo mundo gosta... Quero ver se suporta chicote batendo nas costas, a navalha cortando na carne, que não há arte que se compare a ferida transfigurada em flor de poesia... A poética, a estética, o ritmo é roto, é flor de lodo, ruido e caos, ritmo e nau a seguir estrelas em mar bravo, embarcação que segue superando tempestade, encenação que se segue antes de naufragio, tentando equilibrar-se sem se afundar... Amar a poesia e toda forma de arte é de alguma parte amar a expressão da dor. O ser humano é cruel.

Ritmo e cicatriz

Seria um sonho saber com menos propriedade sobre violências... O tapa na cara sempre volta... O tapa que nunca recebi, o guspe que nunca caiu... Mas que tava ali e dava pra sentir, apesar de sentir coisa pior...  A porra na cara que era assinatura de humilhação disfarçada de tesão... Eu prefiria não saber dos papos de boteco... Do eco das falas escrotas, os discursos que são usados, reproduzidos pra nos usar... Eu sonhava coisas tolas e lindas e não tinha pesadelos... Não era inocencia, que essa já nem sei mais quando foi que a perdi... Era ingenuidade, incredulidade, o não saber, não reconhecer... A dor doia algumas horas, algumas vezes tão bruta... Eu dilacerava a própria pele, o fio da navalha, a pele que descorava, doia menos, bem menos do que latejava lá dentro mas eu não sabia exatamente de onde vinha... Me iludia que era dor do tédio sem nem mesmo ser burguês... Dor concebida, dor que se analisa, dor reconhecida, tem cara, tem cheiro, fede, lixo que se reconhece... Quem é que qu

Gritar quando falta a voz...

 Em tempos onde tudo é dito, o grito vira eco na multidão de palavras... Às vezes guardo gritos e discursos, como se não tivesse nada que mais dizer ou acrescentar entre tantas vozes...  Gritamos pq somos muitas mas quando falamos ouvidos fingem demência onde é ciência, é fato exposto, fratura exposta... Queremos respostas! Queremos respostas! Pra onde vão as denuncias? O que fazemos com esse eco, gritamos, gritamos, gritamos, quem nos ouve???... Pra quem gritamos???... Gritamos a nós mesmas, estejamos alertas, tanta mentira, tanta guerra bruta, a gente põe a cara na rua, a gente tira a cara do tapa, que em cima de mim mão nenhuma se atraca, a gente recupera o corpo, tudo nosso nos pertence, não somos objetos de doentes, a nossa voz nos pertence; temos gritado, vamos gritar, mas gatas, vamos nos cuidar... De mãos dadas, sigamos. Mesmo que divergentes, jamais dispersas... É guerra. E tem guerreira de voz negada levando bala por ousar falar na cara. Na voz que silencia, a gente engasga..

Porre de amor

Já tomei porre de amor romântico... Pr' acabar mesmo! A embriaguez é maravilhosa, mas a ressaca é de foder... Sem arrependimentos... Mas agora só aceito dose de sentimento que saiba que acaba. Brisa leve tb chapa...

Blues Mulher

 Sua casa tem um clima de som de blues, suas coxas tem um ritmo de som de blues. Seus lábios molhados tem compasso de som de blues. Ela é blues do olhar até as coxas.