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Mostrando postagens de maio, 2017

Caminho ultrapassado

Sabe quando você sabe que se passar por aquela porta, consumar aquele beijo, gozar com aquele sexo, será um caminho sem volta, rumo novo, nova trilha desse caminhar, caminho ultrapassado entre o tesão e o se apaixonar. Há beijos que não são complexos, toques displicentes, sexo fisiológico. Mas há estalos intensos ente algumas peles, toques sensitivos, química incessante que na sua explosão arromba portas, destroça vidas ao redor. Tudo sempre se reconstrói pós explosões, ou por implosão, processo não tranquilo mas possível. Mas o rumo, o caminho que se toma quando se adentra uma dessas portas arrebentadas pode ser sem volta, transformar sujeitos, caminho suspeito, novidade que gera medo, mas também possibilidade de se renovar, gerar mundo novo à sua volta... Todos os passos são possíveis numa vida, e nenhum caminho sem volta, apesar de que todo sujeito se transforma diante do rumo novo que escolheu tomar. Mas não há efeito borracha em nenhuma vida, tudo é ação, tudo é escolha: o passo q

Adeus

Hoje seu corpo repousou, como tua alma talvez já estivesse a repousar. Não sabemos de quanto tempo de angustia ela precisou para encontrar a paz, depois de um ato cruel. Quantos foram os dias de vida a calar sobre olhares e conversas invasivas, não permitidas, ignorada sua dor, sua vontade. Por quanto tempo será que calou, fingindo não ser consigo, não ver o que viu. Sentindo-se culpada, medo de ser apontada como provocadora de um "amor", doentio, propriedade de um macho que só essa sociedade hipócrita autoriza a ser. Hipócrita sim, pois não fosse seu fim trágico, disso ela sabia, seria apontada na rua como provocadora, sentenciada não como vítima. Ainda diante do trágico fim tem quem se pergunte porque ela foi até ali... Sim, eu meu pergunto porque não damos ouvidos a nosso sexto sentido, mas não é isso que querem dizem, querem, como sempre, lhe atribuir algum tipo de culpa que só a mulher sempre tem. Qualquer passo é auto, passível de prova contra a ré, que só é vítima mesm

Poesia pra quem não quer dizer, mas diz

Ah... seu eu pudesse te dizer literalmente como me sinto... se eu soubesse o que dizer exatamente, como dizer... e a principal questão: se devo dizer-me... as palavras tem poder de materialidade, por palavras assumimos compromissos, terminamos guerras, selamos a paz...findamos contratos, assinamos divórcio... por palavras damos gravidade às coisas... e eu não quero nada em tom grave, eu quero a suavidade de um lá menor...quero não querer, quero fazer. Mas eu sinto um turbilhão de coisas que se talvez não inomináveis,incomunicáveis, não as quero nominar, comunicar, torná-las pesadas. Sonho contigo, sinto seu beijo, toco seu lábio como jamais toquei nenhum em meus sonhos, beijo demorado o beijo demorado que jamais conseguimos dar, sem interrupções... Sinto vigiado o nosso a dois, ainda que em sonho, fugimos pra cantos e sempre há fim... Teimo em não acordar, desligo o despertador, porque se  não dá pra vivenciar, que pelo menos em sonho eu posso me libertar... Ontem eu até gozei com você

"Mais vale um pássaro na mão do que dois voando"...

Não! Mais vale todos pássaros voando e nenhum nas mãos!... Ledo engano esse engodo mistificado de se relacionar... propriedade privada do amar!...

Se...

Ah... se ele tivesse dançado comigo como naquele dia tantas outras noite não teríamos fim... Ou teríamos... Foram nossas mágoas que colocaram fim à magia quotidiana... dia a dia de café e aroma, bolo, pão de queijo, conversas no bar... a complexidade humana rouba os minutos de paz do amar... Quando aprenderemos a simplificar?...