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Mostrando postagens de maio, 2009

Ser eu

Eu poderia ser normal, normal de norma, normativo, normalidade, mediocridade (mediano, igual a média...). Eu poderia ter cabelos longos, chapinha, luzes, botas, salto alto, sapatos, sapatos, sapatos, maquiagem, roupa da moda, jóias, unhas pintadas, casa arrumada, cartão de crédito a pagar, bolsas e mais bolsas. E barriga tanquinho, peso 50, depois de horas e horas de academia 5 vezes por semana, mais cabalereiro uma, manicure duas. Eu poderia sim ser assim, tão assim, tão assim assim. Mas não sou do sim. Não sou assim. Eu poderia ser, mas resolvi ser, ser um ser, ser de verdade. Escolhi eu sou, ao invés do poderia ser. Eu escolhi ser, ser eu. Sou do não sou assim.

Mais

Estupenda, estupefata, luxuriante, indomável, angelicalmente inacreditável...uma mentira ambulante, uma verdade impronunciável, um contraste operante, impossível! Mas é a mais pura verdade! Uma humanidade humana e humanamente pura e torpe. No que se esconde e a quem calhe, que se cale, a que serve esses implurais impossíveis, essa exatidão pobre, esses certos e errados, pólos feitos de costumes de desamor, pq o amor em suas infimas significações e possibilidades só pode ser plural!

Amor

O amor é mesmo assim! Como assim? Assim. Assim sendo... só poderia ser assim. Assim assim. "Que tal assim? Que tal, assim? Que tal? Assim?..." Por assim dizer, assim. Desse mesmo jeito de sempre. Amor.

Ensaio sobre a cegueira

Espectadores. Acostumamo-nos com esta posição. A de olhar sem ver, sem exigir-se qualquer ação. Em vão, nossos olhos são agora então em vão. Bombardiados de imagens cegaram. Chegaram ao ponto do não reconhecimento, é o tempo da não identidade, falta de identificação. Espectadores, à espera. À espera da próxima imagem, catástrofe ou não, em vão... é só pra ver, não pra olhar, enxergar, sentir, ressentir, magoar, agitar, acionar, partir. É só pra assistir...ou melhor, pra assistir à, não pra assistir. Assassinatos, roubos, violências mútiplas e de todas as partes, misérias, não mais misérias criadas, articuladas, gravadas agora ao vivo e a cores. Que cores? As cores agora por hora também são raras...Tá na cara e parece até que assim é sempre verdade, um alarde, mas só um alarde, nada que dispare. E a arte? Na maior parte, nada que arte cule, apenas mais um cotidiano, agora em imagens, imagens, imagens, que nos anestesiaram, nos engessaram, nos espectadorizaram. Há de se espectorar, botar