Arco-íris

Já escrevi muito - já faz um tempo - sobre dias cinzas, tenho dito muito sobre os dias de sol e o pôr-do-sol, mas meus dias prediletos são os dias de chuva... Eu chovo pra dentro, eu chovo pra fora, meu rosto às vezes é maré cheia e minhas covas rasas um laguinho que mal dá pra se afogar... É quando eu sorrio em meio à tempestade, num alarde de iluminação, faz arco-íris, eu faço poesia. Prometi a mim mesma que pra cada pensamento de saudade impossível de ser sanada, ou de impotência diante da realidade da vida, por obra de sanidade, saneamento básico do meu ser, eu escreveria uma poesia. Gosto de perceber as que se tornam arco-íris. Era muito doida a dor dos dias cinzas. Mas hemos de convir que nem todo dia é dia de sol. Por isso eu gosto é dos dias de chuva que terminam em arco-íris. E de molhar o lençol. (Eu já contei diversas vezes, mas eu adoro relembrar nesse tom de cochichar: na minha iris mora um girassol!)

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