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Mostrando postagens de junho, 2020

Poética da Re-existência (pros crias)

Companheirx, re-existamos! Num ato de fé sejamos tudo aquilo que quiseram nos fazer morrer... O genocídio da nossa gente começa na mente. A força da mulher, a cura do rapé, o ato de fé! A língua, os corpos, a Arte que é parte de algo maior... Tudo isso que nos roubaram: violentaram a nossa fé. Sim, que seja assim, repetido três, quatro, cinco, seis vezes, três vezes... Fé, fé, fé, fé, fé, fé, fé... Re-existamos. Somos frutos da nossa gente, eles matam, mas nois é igual semente... Da árvore que nois veio, raizes profundas, crias mas nunca mais mudas, florescemos, crescemos, pro-criamos... Nos re-inventamos... Lugares tão nossos, e essa merda toda pra nois é tudo adubo... Eu não mudo. Eu não me mudo. Por isso eu falo, por isso eu canto. Nos transformam. Nos trans-formamos. Raizes profundas. Eu vim pra semente. Nasci na sua mente. Re-existamos.

Filhas da Terra

- Xiiiuuuu - Foi o sussurro - É o vento? - A brisa? - São as vozes, minha querida... - Xiuuuu!! - Escuta!!! - Arrepio... Quem me cutuca? - Para e apenas e escuta! - É a minha alma? - Escuta tua alma! - São meus pensamentos? - Deixe-os ir no rio da vida... - Minha querida, são as almas... - As vozes? - Sim, suas raizes... - Suspiramos sabedoria em teus ouvidos... - Desde a sua infância, desde que te parimos, cuidamos de ti. - Abandona teus pensamentos princesa, escuta tua alma, ouça tuas vozes! - Mas eu nem gosto de monarquia... - Esquece essas palavras brancas. Traduza a língua morta da tua gente que nunca morre. Tu és filha das filhas da terra. És princesa onde quem reina é a sabedoria da Terra. Taxaua.