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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Quarta feira de cinzas (mais um carnaval)

Mais uma vez é quarta-feira de cinzas e acabou o nosso carnaval... Outra vez em outros braços embora quiséssemos o abraço de outro alguém... Mais uma vez vida que segue depois do baile de máscaras... Veneza tal qual Sodoma e Gomorra, desta vez foi feito de dilúvio o final... Mais uma vez triste fim de quem navega em olhares os mares do amor inatravessado... Se houvesse ponte, mas havia muro. e era gente atravessando nosso caminho... Mais uma vez a alegria vai embora nos dias contados com data de ser feliz... Amores vividos e revividos, nenhum amor de carnaval vai além da quarta feira... Bem quisera eu acreditar que em outros braços nos distraímos enquanto abraço de toda vida, aconchego sem despedida, ainda não vem. E amém. Dia de carnaval é dia de vadiar, como se a vida não se pudesse acabar... Mais uma vez é quarta feira de cinzas, de bitucas, de ressacas, de muita água, lava a alma e deixa acreditar... E lá se vão tantos carnavais e nós seguimos sós, guri.

Roda do destino

Sinto o abraço apertado no peito e o som da voz... Me denuncio, não me espanto e não há como se esconder da vida... Movemos terras e céus mas em hipótese alguma o querer alheio... o quanto sofremos na força do tempo das ilusões perdidas que desenhavam um mundo feito à nossa imagem e semelhança, o bel prazer de se ter o que se quer por capricho de achar que seu caminho é o único caminho da verdade... Tic tac tic tac tic tac... Acaso não te tens cansado de estar assim tão certo do incerto... quanto sofrimento colhendo as rosas, ferindo de espinhos... Na dança da loucura, o mundo gira gira e tu dá voltas no mesmo lugar... No mesmo lugar... Denovo... Cinco encarnações no mesmo lugar... Te põe a bailar e arde no fogo que te queima e teimas... Insiste, insiste, insiste... Buscas o mar, de cara no chão, come terra seca, passa fome, bebe lágrimas, te abraças com a solidão...