Minhas curvas: poesia de ser feliz (mulher com buceta e voz)

No fundo do meu olhar tem um girassol que se aquece no sol do meu próprio sorriso... Vez ou outra na vida se encontra em outro abrigo, sorriso amigo que lhe encanta de volta entre as voltas da vida... E pelas minhas curvas toques de amor produzem melodias, som que arrepia... Os bicos do meu peito já alimentaram uma vida, também são obras-primas escupidas pela beleza do frio, do vento, dos lábios sinceros que os veneram... Do primeiro fio de cabelo brilhante a ponta dos dedos dos pés de bailarina, minha sina, beleza rara, rara poesia... Essas curvas horas mais largas, horas mais magras, desafiam o viajante que almeja muitas estradas... Pele macia, caminha rara, se declara, se perde, se desvia... Faz girar feito autorama o desafio da saudade... Mas é labirinto, desafio, requer palavra certa, esfinge devoradora, redentora, requer saber mágico, flor de lótus não se abre a qualquer um... Talvez algum desavisado no caminho, segue sem desatino, passeou por aqui, numa única vez, chance rara nesta vida, difícil de ser repetida... Mas as curvas do meu corpo permitem-se repentes, de repente, que se tornem história inteira em cantoria, deixando de lado a covardia, de quem se queira arriscar sair ileso do labirinto desse olhar, ver desabrochar cumplicidade do amanhecer... Só pra ser, além do prazer, qualquer hora nessas curvas haverá mais fendas, mais marcas, cicatrizes, diretrizes, novos mapas, novos mundos, novos leitos, curvas e curvaturas dentro da pele que contarão a minha longa história tal como braile... onde a bela lei da gravidade há de escupir a verdade inexiorável da natureza, toda beleza que há em se ser sem medo de sua própria história, construindo uma nova memória em cada amanhecer. Minha boca diz palavras doces, diz palavras más, sabe encantar, foi feita de feitiço a tal carne macia, sabe passear em outra boca, em outros corpos, num tal corpo uma vez quis repousar... Sabe caminhar por suas próprias curvas e covas, um sorriso que esnoba a insensibilidade de quem não sabe olhar, de quem não sabe ouvir as belas palavras que diz, o quanto ris, ri de si. A melhor parte das minhas curvas são a melodia que provocam no desalinho dos meus dedos, poesia de ser feliz.

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