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Mostrando postagens de setembro, 2019

O bater das asas da borboleta...

Às vezes queria ter-te conhecido em outro momento da vida... Não em outras vidas, acaso penso que possivelmente isso já nos aconteceu... Nesta mesmo, aproveitar-te inteiro, do cheiro, aos fios de cabelo, pontas, membros e profundidade de olhar... Mas pra isso, mexer acaso na delicadeza do acaso, mudar o rumo da batida das asas da borboleta... Implicaria ser eu outra, de tal outra forma, pois foi mesmo nosso encontro e o furacão que se provocou quem me desvirou e virou novamente a contemplar o azul do céu... O caminho não seria o mesmo sem ter te conhecido, não haveria recolhido assim as pedras no caminho, Ametista e cristais com quem hoje rumo a luz a me guiar... Eu não seria eu sem esse encontro, e por isso não me troco, amo profundamente os olhos e o sorriso que hoje habitam o espelho a me contemplar... Teu brilho despertou meu amor próprio, como negar-te na minha existência? Acaso a ti restou papel tão doce, de ser a luz do meu despertar... Tão bonito e tão poético pensar assim... A

Porre de amor 2

Perdi um amor mas faço boa poesia! De que nos serviria a vida se fosse pra desaguar sem mar pra se banhar, não é mesmo?!... Dessa incertitude caminho por dias livres... Perdi um amor mas ainda posso cantar! Tenho amor-próprio, dá cá pruns goles de matar a sede, me regar e sobrar pra banhar!... Ah... Perdi um amor mas ainda me resta meu próprio canto... Eu me ouço, me rio, minhas vozes, e somos todas tão lindas... Perdi um amor mas ainda posso rimar! Perdi um amor mas ainda posso cantar! Há de mim ainda poesia, nessa vida, nasci pra falar... Calar nenhum há de me calar!... Perdi um amor, mas faço poesia! Devo afogar essa tristeza num bom porre de palavras... Não entendo nada, juro que não entendo nada... Acaso por aqui nessa vida me disseram que o certo era que essas coisas se nasciam de par em par... Não entendo nada ainda desse mundo, mas acaso lhe entendo que aceita minha rima, ahhh farto de poetizar... Dá cá a matar essa minha fome de amor. Me faço meu próprio remédio, ante esse mis

Sentidos (parte II)

- Vc já foi, não foi? (Silêncio... mas há o som de uma respiração) - Tem uma porta entre a gente, eu não vejo vc... Te ouço respirar... Não te ias para longe? Pq te ouço?... ... - Não diga nada! Deixe-me aqui calada, nada tenho a dizer... Devo calar! Não faz mais sentido algo a dizer... Ao vento, às sós, às redes... De nada adianta... Diriam de mim que é loucura falar a sós... ... - Pq então ainda te ouço respirar?... Caminha! Pro outro lado... Pra longe! Bem longe, pronde nunca mais viremos a nos encontrar. Se te vejo não te falo. Fim da linha. Caminho reverso. Eu pra um lado e vc pra outro lugar. Boa sorte! segue rindo! Bom caminho! (Ainda ouço-te respirar.)

Sentidos

- Vem cá! - Por onde? - Vc não ouve? - Não sei... Não sinto nada... - Escuta meu coração... ... - Não deu tempo né... Mas eu vi nos seus olhos!... - Viu o quê?... - O nosso caminho... Desde a primeira vez... Vc brilhava enquanto dançava... E eu sempre sei... -Sabe o quê? -Eu sei... Mas não entendo... - É pra entender? ... - Mas não faz sentido... -E o que vc quer? - O que vc quiser também.

Xama

Há uma distância entre o que me dizem e o que eu sinto... sempre houve... Desde sempre... sempre... sempre... Eu ouço cá dentro sempre diversas coisas ainda inacontecidas na vida... Forte como chama acesa no caminho escuro que ninguém se atreve ainda a caminhar... Todo passo que eu dava, desde a infãncia, todo mundo se questionava: onde vai essa criança?... Eu sempre soube do que soube e isso nem sempre é algo com que saiba lidar... Resistir ao mundo lhe dizendo ser impossível... O que é do jeito que ainda aprendo é sobre o compasso do tempo, nunca sei bem qual seria a exata hora certa em que tudo se dará... Num fio de tempo, um exato momento, nem lá nem cá... Ouço a voz do tempo, ela sussurra no meu coração... Sempre sabe o caminho certo, embora futuro incerto, sempre aponta a correta direção, que não sei nem bem como, um dia eu chego la... e sempre chego... Respiro fundo, sobrevivo, aqui fora ao que grita ser insano, cá dentro vai soberano e sabe sem saber muito bem que é bem assim..

Saudade, eu não nego

Já não tenho onde guardar a minha saudade... Não tenho pra quem dizer dela... Jogo-a na minha poesia... Que mais eu faria? Se arranco do peito, vai junto o sentimento assim à força, não me forço a nada... Não me machuco mais sem sentido... Se eu sinto, eu sinto. Aceito, não compreendo. Aceito assim sem saber no que vai dar... Não lhe sinto rancor, nada, nada além de amor... Sem qualquer sentido... Como explica-lo a quem quer que seja... Ninguém me entende, se eu não entendo o que quer que seja... Que seja. Calada não sigo. Se nada digo, se não faz sentido, sentido cá está.

Selvagens, eu vos queria

Demitam-se todes! Larguem seus empregos! Todo mundo! Antes que seja tarde para viver... Sejamos todes vagabundes... Perambulando além dos muros das cidades... Sejamos nômades... Deixemos de querer prever a natureza das coisas... Acaso não estão fartos de brincar de deus? Tão oniscientes, tão onipresentes, oniprepotentes... Não fartaram-se ainda de brincar de dominar o mundo? Decerto que a terra é plana... Achatou-se nas mãos dos adultos que esqueceram-se de serem crianças... Transformaram seu mundo em tão chatos quanto são... Esqueceram-se da leveza da bola, da brincadeira de girar, girar, girar... onde ciclos se encerram e se iniciam... Acreditam mesmo que podem domá-la, dominá-la, cultivá-la, racionalizá-la... Sejamos irracionais como os animais! Ah... Se tivéssemos como eles a mesma esperteza, certamente que com muito mais destreza estaríamos a ver a vida passar... Fostes então domesticados, pelo seu próprio deus de si condenados a racionalizar.

Poesia pra fumar, beber ou inalar

Nada que fazer! Tédio! Do profundo tédio nasce minha poesia... Já dedilhei rolagens de postagens em redes sociais... Nada me satisfaz... Faço poesia por puro tédio! Só para não ver o tempo passar... Nada do que leio me agrada, ainda não saiu a nova última moda ultrapassada de amanhã... Eu poderia fazer Memes flopados dos quais apenas eu mesma me riria... Mas eu prefiro fazer poesia! A mim dá menos trabalho, as palavras me saem como versos cantados à mente, que mente tanto que ao menos jogá-las no virtual papel da poesia me alivia essa necessidade louca de falar sei lá o que com menos erros... De certo que por aqui nada seja muito bem lá a verdade... Atrevo-me a dizer então, antes de mandar textão a quem quer que seja... Efeito droga, essa é minha brisa, fruto da mesma fissura... Neurótica, hj descobri que sou neurótica e isso não me caiu nada bem... pelo simples fato de que a vida não possa ser como bem quero, coisa mais simples, que todos nós queremos, veja bem essa tal de psicanálise