Saudade de sentir, não de entender

Eu transformo em poesia tudo que silencio... Tudo que calo por força da vida, que já não falo pq ninguém entenderia... Como haveria então eu mesma de explicar a alguém o que nem eu mesma não entendo... Ecoa em mim nessas horas a sabedoria que me disse que se não quiséssemos entender tudo, seríamos bem mais felizes... A mesma voz que me emudece... Esforço-me em conviver com sua ausência, teimo em não aceitar lembrar... mas um dia alguém me disse o que talvez seja piegas deveras pra eu conseguir aceitar, mas como aceitação tem sido minha maior revolução, ecoa e ecoa a realidade... não é possível lembrar do que não se esqueça... Ora que travessa essa coisa de saudade... Como fazer-te entender o que nem mesmo eu entendo... Como explicar-lhe, caro leitor, essa coisa de saudade... Portanto talvez seja por isso mesmo que eu escreva... Que eu escreva poesia... Essa mesma voz que de forma estranha ecoa no fundo de mim, da qual desvio olhar e ouvidos... Mas ecoa, ecoa, ecoa... Bem lá do fundo eternamente presente ainda que ausente, eu sinto... Ecoa que eu sinto... Ecoa dizendo tamanha obviedade de modo simples como se simples isso realmente fosse... Que essa coisa que saudade foi feita pra sentir, não pra entender... O que ei de fazer... Sentir, sentir, sentir, sentir... Aceitar sentir. Assim mesmo sem lhe entender.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Espiral

A divina dança

O que fazes se são fases...