Amares

Perguntaram-me por que chamei de amor meu último sentimento, se não foi coisa de momento, uma paixão qualquer. Disse que respeitem meus sentimentos, ora pois, se os seus são enlatados, domesticados, rotulados, avaliados, tudo bem, aos meus peço que não os nomine sem a minha autorização, ou nominem, visto que a aceitação do que sinto ou não só a mim mesma pertence... se acreditasse em prazos acreditaria que tem prazo de validade o amor... Acredita mesmo que sem que se tenham passados os exatos mil e tantos dias de sentimento, ao final cabe o recebimento do tal carimbo: válido amor? Por favor! Amei mais de uma vez nessa vida e ao que me toca, sei bem que o amor é algo eterno, por isso, o poliamor perfeitamente possível. O que se confunde, na bem da verdade, e já explico, é sobre a possibilidade de se vivenciar todos amores de uma só vez. Há quem goste, porém eu, ariana de boa intensidade, prefiro o sabor de cada parte, até a última vez. Até que então se transforme em amor assexuado, sentido, ressentido, revitalizado, ressignificado. Amor amizade pós parceria, seria? Diferente do amor irmandade, pois exige uma certa cumplicidade de "eu sei que vc goza com tal gosto", algo nunca exposto além de um determinado olhar, e que não cabe também às transas passageiras, pois a essas falta a profundidade de troca de olhares. Amares. Só o amor nos transforma profundamente, mexe com a mente, o tesão e o coração, tudo ao mesmo tempo. Por isso, essa coisa de momento é tão facilmente capaz de trazer em si eternidade. Amares.

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