A terceira margem do rio

Narciso me olha ali do outro lado... Busco a terceira margem, ainda há pouco quase me afoguei, repetia o gesto de narciso, olhando-me no espelho de outros olhos... O caminho do fundo do rio seria sem volta... O rio me chama às vezes, o rio, as vozes, sereias que cantam, encantam... Mas eu procuro a terceira margem. Terra firme, nem lá nem cá, em meio às águas, parada em meio à tempestade. Eu busco a terceira margem. Lá as vozes que se ouvem são compreensíveis e o meu reflexo é belo e lípido e não me quer me levar a me afogar, ir embora de mim... Através do terceiro olho, eu busco a terceira margem, em sobriedade, chapada de intuição, eu espero a terceira margem então.

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