Vida Loka parte 2

Vida Loka e resistência não é escolha. Não é do tédio. Tá em crise? Experimenta ter contas pra pagar e o plano de saúde dos seus velhos depender do seu salário. Se a crise persistir, é existencial. Se não é, é tédio burguês, daí vc vai ser resistência pra aliviar a mente culpada. Pra nós, ZS, a resistência é cotidiana e coletiva, sem precisar de coletivos. Vê se entende. Zé povinho eu lamento. Vê se me erra.

"Firmeza total, mais um ano se passando
Graças a Deus a gente tá com saúde aí, morô?
Muita coletividade na quebrada, dinheiro no bolso
Sem miséria, e é nóis
Vamos brindar o dia de hoje
Que o amanhã só pertence a Deus, a vida é loka

Deixa eu fala procê
Tudo, tudo, tudo vai, tudo é fase irmão
Logo mais vamo arrebentar no mundão
(...)
Champagne para o ar, que é pra abrir nossos caminhos
Pobre é o diabo, eu odeio a ostentação
Pode rir, ri, mais não desacredita não
É só questão de tempo, o fim do sofrimento
Um brinde pros guerreiro, zé povinho eu lamento
Vermes que só faz peso na Terra
Tira o zóio
Tira o zóio, vê se me erra
Eu durmo pronto pra guerra
E eu não era assim, eu tenho ódio
E sei o que é mau pra mim
Fazer o que se é assim
Vida loka cabulosa
O cheiro é de pólvora
E eu prefiro rosas
E eu que, e eu que
Sempre quis um lugar
Gramado e limpo, assim, verde como o mar
Cercas brancas, uma seringueira com balança
Disbicando pipa, cercado de criança
(...)

Acorda sangue bom
Aqui é Capão Redondo, tru
Não Pokemón
Zona sul é o invés, é stress concentrado
Um coração ferido, por metro quadrado
Quanto, mais tempo eu vou resistir
Pior que eu já vi meu lado bom na U.T.I
Meu anjo do perdão foi bom
Mas tá fraco
Culpa dos imundo, do espírito opaco
(...)
O que tiver que ser
Será meu
Tá escrito nas estrelas
Vai reclamar com Deus
(...)
O caminho
Da felicidade ainda existe
É uma trilha estreita
Em meio à selva triste
(...)
Enquanto Zé Povinho
Apedrejava a cruz
E o canalha, fardado
Cuspiu em Jesus
Oh, aos 45 do segundo arrependido
Salvo e perdoado
É Dimas o bandido
É loko o bagulho
Arrepia na hora
Oh, Dimas, primeiro vida loka da história
(...)
Programado pra morrer nós é
Certo é certo é crer no que der, firmeza?
Não é questão de luxo
Não é questão de cor
É questão que fartura
Alegra o sofredor
Não é questão de preza, nêgo
A ideia é essa
Miséria traz tristeza e vice-versa
(...)
Tempo pra pensar, quer parar
Que cê quer?
Viver pouco como um rei ou muito, como um Zé?
(...)
Porque o guerreiro de fé nunca gela
Não agrada o injusto, e não amarela
O Rei dos reis, foi traído, e sangrou nessa terra
Mas morrer como um homem é o prêmio da guerra
Mas ó, conforme for, se precisa, afoga no próprio sangue, assim será
Nosso espírito é imortal, sangue do meu sangue
Entre o corte da espada e o perfume da rosa
Sem menção honrosa, sem massagem

A vida é loka, nêgo
E nela eu tô de passagem
(...)"

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