Dialética dos sentidos

O nó no peito não se cala. E eu havia escolhido o silêncio. Mas ele me fala a todo tempo que o sentimento não partiu. As ideias tão cá, caladas. Foram obrigadas a ficar pra dentro. Mas não se aguentam, elas me sussurram a todo tempo que o nó no peito não partiu. Não adiantam atitudes no silêncio do lar. Ideias e sentimentos não se vão assim, os sentidos permanecem, sentindo, que é o que melhor sabem fazer. Pra não ser breve e nem beber sentimento recíproco dado em migalhas eu escolho o nada. Ah... mas os sentidos cobram a atitude. Sei que não estou errada, há muito (pouco) escolhi, "de todos os amores, o próprio", tal qual ressoa em mim... Estou certa, e poucas vezes na vida me orgulhei de me encarar assim. Encaro os fatos. Mas esses meus sentidos, tão ligados ao sentimentalismo romântico ainda não me entendem... Que mais lhes posso fazer além do favor de não sentirem em vão, que não acelerem por qualquer passo bambo e desacertado que se lhes dão em direção... maustratos, eu lhes explico; explico que se entregam e que não há entrega na mesma proporção, que merecem mais e que não vivam de restos. Mas eles não me entendem e não me explicam nada, sussurram por telepatia: nascemos pra sentir, não pra entender, isso é com você.

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