Eu e as redes sociais (reais e virtuais)

Alguns dizem que somos fragmentários. Diria que somos retalhos da mesma concha, e eu adoro artesanato! Juntando os cacos, reconstruindo, recosturando, eu me encontro em cada pedaço. Às vezes, por um lapso de tempo, criamos um mundo universo paralelo numa mesma casa onde só existem os personagens daquele episódio, daquela série... Mas somos os atores em cada peça que se encena, e há todo um elenco deixado pra trás que não compõe a próxima história, mas que são gente viva que cruzou o caminho, que se deu um pedaço... Há quem não valha a pena, realmente. Não por ser diferente, mas que não soma e nem divide, só subtrai. Daí num dá que atrai coisa ruim pra se encostar, tem gente que tem imã pra mal amar... Mas nessa geração de rede social, ao invés de olhar o mal eu enxergo o potencial do amar... Saímos da aldeias, há de se compreender, que apesar da crítica necessária do mundo e do muito por fazer, estamos cá, liberdade dada ou reivindicada, estamos cá, na realidade do agora. Sem presentismos, houve antes e haverá depois. Mas estamos cá, na aldeia global que o capital inventou... e essa rede social, que ora pode ser espelho de narciso, pode expandir universos e pode ser reverso, efeito coleteral do sistema... é minha renda, não há como negar, com a qual costuro os retalhos de histórias deixadas pra lá, pra me reinventar, olhar para cá, fitar esse mosaico (que no meu não entra qualquer um...) e recosturar, reconstruir, de cada retalho o melhor que ficou em mim e de mim que ficou por lá... A gente querida desse meu mar! admiro vários, penso que compartilhei tempos preciosos com muita dessa gente dessa tal de "time line"... linha do tempo, com a qual eu teço esse meu cantar. É muita gente foda, é um prazer imenso nessa vida, é benção de canção divina, é muito axé e muita luz, é muito agora dividido em tantas histórias... Que me contemplo no meu ego, penso em deixar de estar nisso que dizem ser universo de narciso, mas me admiro em admirar essa tanta gente que me compôs e não as quero deixar... Revolução em histórias, em caminhos que se cruzam, desses guerrilheiros bem à gauche, que num sei donde cavei tanta amizade revolucionária, é gente que segue estrada a contestar. E daí que eu falei do potencial do reverso, desse sucesso do efeito colateral... Foda-se o sistema, fodamos o sistema por suas próprias estratégias, que nos vigiem, mas é por aqui que nos juntamos, nos embrenhamos, tramamos, mais do que organizações, somos sujeitos a reagir, fragmentários assim é mais duro de coibir. Não, não nos conhecemos por aqui, não vivemos por aqui, não resistimos por aqui. Não se enganem, isso é teia de vida, potencial energético, histórias reais, não apenas virtuais. Trocamos olhares, palavras, ideias e abraços, não com todos, mas com diversos em diversos momentos e diversas histórias, debatemos. Enfim, vivemos. O virtual pra quem queira também é real.

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