(Quem somos nós?) - COLETIVA (O)

Os fatos, os rostos, derrotados…os ratos, abarrotados…o lixo entalado, entulhado…
Os hábitos alucinados, os vícios, condenados, impensados…os astros desalmados, opacos, pagos…
Alucinado? Só se for o trabalho, porque você é que não pode estar…
O preço é caro, o resto não é raro, o vício é consumado…O consumo é desalmado…
A rebeldia é sem causa, a causa é delingüente, nada mais é aparente…
E se não há aparência não se sobrevive… (foi aí que a causa saiu de moda…)
Os gestos são pensados, etiquedos…
A revolução foi abortada, ou melhor, nascida, foi adotada…
Os jovens, inexistentes…a juventude envelheceu…esqueceu que era jovem, o que é ser jovem…
O tempo também é consumidor, consome à vista ou em prestação, o custo é alto, é alto custo…
O susto não é raro, o caro não é raro, o cara não é caro, a vida não é cara…
O sentimento é o amor, embrulhado, enfeitado, vendido em pratileiras ou pregado goela abaixo…o amor a todo custo…pode ser caro ou a preço popular…
O medo é o sentimento…não é raro, não é caro, não vê cara…o ódio é coletivo…
O coletivo é excasso…é usado só pelo público pobre ou quando é passeata pela paz…ele é parado…
A parada é coisa rara…
É tudo junto e misturado e tá fedendo…
Um lado é um lado, o outro é outra coisa e ninguém sabe quem é quem…
A guerra é globalizada, o ódio é globalizado…mas eles foram sutilmente disfarçados e a diplomacia impera (lista…)
Só a paz ainda não está a venda, não descobriram como empacotar, negociar, alugar, acionar…(a bolsa tá em baixa…)
Ah! Na bolsa ela tá, junto com a camiseta que caminha pela orla de Copacabana…
Um pedaço de papel (agora virtual) impera o mundo, dita quem passa fome, dita moda, dita a magricela, ditadura coletiva, sem coletiva! ninguém quer ser entrevistado entrevado por um acidente monetário…
Meu Deus! Pára tudo! (se é que cabe essa exclamação na agenda de hoje, depois da academia, do cabelereiro, do banco, das compras e do jornal das 8…ah! E da novela também…) Como é que um pedaço de papel virtual manda no mundo? Na imaginação popular…ou melhor, imaginação globalizada porque popular é meio pobre…
Como é que pode, até parece que não se escolhe…é que não dá mais tempo de pensar como é que isso tudo aconteceu…eu pago pra alguém me contar!...
JULIANA ALMEIDA

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