tag:blogger.com,1999:blog-83168901954067747912024-03-27T10:17:30.616-07:00Sou quem somos (por Juh Almeida)Uma obra rara: colcha de retalhos poéticos construída por mais de uma década. Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.comBlogger191125tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-75610284442033044612024-03-27T10:16:00.000-07:002024-03-27T10:16:54.686-07:00O que fazes se são fases...<p> O que fazes, o que fazes outra de mim? Se já não te espantas, por que te conformas? Acaso boletos agora valem mais que ideias? O que fazes? Que fazes se nem tu mesma acredita em ti... Que fazes? Que fazes se já não acredita no que fazes?... Que farás das suas inconstâncias, que farás dos teus dessentinmentos?... Que farás com tua vida cinza sem sentido? Acaso tens escolha? Tu te tornaste adulta. É caminho sem volta... Não és outra, és por completo todas partes que te compõem. Inclusive as que discordam de ti. Tomas tua decisão. Terás sempre alguma parte insatisfeita e pessoas descontentes de ti. A vida é imperfeição. Se fazes ou se não fazes, a vida espera de ti apenas decisão. O resto são consequências, e elas sempre existirão. Se fazes e se não fazes. O que fazes e o que deixas de fazer servem sempre a ti um banquete de consequências de tuas decisões e indecisões. O que fazes e o que não fazes... Enquanto pensas e escreves... Está feito. Muito pouco se podes e se tens a fazer. O que fazes, doce criatura, o que fazes... Vale mais como uma frase do que uma decisão.</p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-21267082228951836842023-08-30T20:17:00.004-07:002023-08-30T20:18:46.471-07:00A divina dança<p> Coração insistente, minha mente te mente, você não entende, coração insistente. Sabe seu próprio compasso, em busca da dança, balança... Tem seu próprio ritmo, eu lhe chamo de teimoso, ele sorri pra mim como quem diz que dessa vida perdida, só ele sabe o caminho... E bate no mesmo compasso. Eu tento mudar o passo, doce ilusão... Ele teima em dizer não, por aí não, segue por aqui, segue por mim... Vida que segue... Eu gosto da música que ele me toca, me divirto com ela a maior parte do tempo... Mas aqui fora parece que as coisas nem sempre seguem sua melodia... O cérebro analisa, tenta por ordem nas coisas, mas essa coisa de ritmo, embora seja matemática, é coisa de feeling e como tal não se traduz... O que eu posso fazer? Além de entender que a divina dança é a divina dança e contra ela nada se pode fazer a não ser sofrer... Melhor então seguir seu ritmo e dançar... Eu reclamo da falta de par, ele me sussurra: dança só... Você é tão linda sozinha na pista, logo alguém vai chegar. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-30810853226642642022023-03-17T20:08:00.004-07:002023-03-17T20:12:53.529-07:00Espiral<p> Gira gira, gira mundo, redemoinho, passarinho, roda da vida, roda da fortuna, afortunados, gira gira, gira gira, dá tontura, que fofura! Gira gira é um brinquedo divertido, mas precisa de amigos pra poder girar... A gira solitária é mais difícil de encarar... Girar, rodar, rodopiar é tão gostoso e dá barato!!... Eu sinto falta das rodas... Das rodas da vida... Das rodinhas... Quando a gente fica adulto a vida às vezes fica meio cinza e a gente anda mais em mais em filas do que se põe a rodar... Gira mundo, vida boa... E por mais que pareça a toa e nem sempre pareça coisa boa, a vida é um eterno rodar e girar em círculos, até que ciclos comecem e se encerrem, quiçá a vida é espiral... </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-5249665743905913422023-01-25T17:11:00.006-08:002023-01-25T17:32:36.336-08:00Aquilo que nunca mudou, por que seria diferente agora?<p> Paro em silêncio e nem choro mais... Talvez seja cicatriz diante do que já não sangra... Mas existe um nó na garganta. Talvez seja das palavras não ditas, que como disse Nelson Rodrigues, apodrecem em nós... É por isso que eu escrevo, a melhor versão de mim está nas minhas poesias... É nelas que resolvo as situações insolúveis da minha vida... De que adianta falar a quem não me queira ouvir... Ao menos aqui eu sempre estarei a me ler... E talvez quem precise escutar o que tenho a dizer seja eu mesma... Aquilo que nunca mudou, por que seria diferente agora?... Essa questão me provoca... Um espírito rebelde que sempre fui, que sempre acreditou na possibilidade de mudar as coisas, de mudar o mundo... Render-se ao raciocínio que no fundo é o desafio a se trabalhar: minha aceitação diante da vida... Do inexorável da vida... Embora a realidade da vida seja a mudança... Essa mudança está à margem do nosso controle... Do que queremos, decidimos ou imaginamos... Talvez seja muito melhor do que imaginamos... Todavia, incontrolável, inteligível... Como mudar aquilo que não muda... talvez seja óbvio que se repetirmos as mesmas fórmulas chegaremos sempre aos mesmos resultados... Mas e quando falamos de sentimentos? Como que faz pra mudar aquilo que sentimos insistentemente como as horas se repetem nos dias que se repetem e se repetem e se repetem (pronto... As lágrimas vieram à tona, não se trata de cutucar velhas cicatrizes, mas sim fazer vir à tona as águas das emoções reprimidas... E eu sei que elas existem, gostaria bem de não sabê-las... Tenho calado sobre elas até para minha terapeuta, tentando fazer com que não falar mais sobre isso resolva meu problema...). A verdade é que saber é diferente de aceitar. Saber o que sinto e saber da situação tal qual ela é, é diferente de aceitar o meu destino... Eu não aceito. Mas como mudar aquilo que parece imutável?... Aceitação é uma palavra difícil pra mim. Nem que eu transforme tudo na alquimia da poesia, eu preciso re-existir. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-17594306184120316392022-12-02T17:43:00.001-08:002022-12-02T17:51:21.943-08:00A paixão nasce<p> Apaixonar-se. A tentação é grande... Entre o certo e o errado, a moral, o bem e o mal, existe a nossa verdade... No caminho da nossa verdade existe a lei do retorno... Aquilo que se planta invariavelmente, se colhe... Amadurecer é talvez comer do fruto doce e do fruto amargo das nossas decisões infantis... Ser infantil é ter a inocência de esconder um doce pra comer sozinho até alguém te mostrar que talvez isso não seja tão legal... O florescer da vida traz consigo muito adubo produzido das merdas que a gente fez... Amadurecer talvez seja aceitar paixões que não se pode viver... E viver amores que precisam de tempo para florescer... O fogo das paixões queima as sementes que com tanto zelo nos dedicamos a cultivar, regando pacientemente... Aceitar esse fogo talvez seja acalenta-lo como brasa... que aquece, ferve, mas não queima... Apaixonar-se é tão lindo quanto perigoso... Chega uma hora na vida em que a gente só quer horas simples, plenas de paz... Sem perigos. Viver paixões vai ficando pra traz quando se quer paz... Ao menos deveria... Como é difícil de a gente se convencer a não se jogar do precipício quando a gente já sabe do labirinto que esse tipo de caminho vai dar... O frio na barriga é inebriante. Difícil de manter o juízo. Abrigo na minh'alma lições aprendidas. Eita, Vida... Eita, Vida... Como é difícil de dizer não pra si. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-30857437466412346042022-11-05T21:07:00.004-07:002022-11-05T21:07:35.912-07:00Vozes<p> Quando não sei o que dizer, quando não sei o que fazer, eu escrevo... Linhas, caminhos... Trilhas que se transformam em enredos... A vida tem a beleza das palavras... A vida tem a leveza das palavras e tem seu peso também... Verbalizar, falar, pesa... Gasta.. Entrega. Existe beleza nas palavras, existe denúncia nas palavras. Quem cala, com sente... Quem fala, será que se entende... Poderia ser de voz, poderia ser de vez, poderia ser a sós, poderia ser sexy... Poderia ser sobre o caos das palavras bárbaras que inundam as redes sociais nesses dias desleais... Poderia ser a voz da re-existência, renascemos. Mas eu nem sei de qual voz quero falar, de qual vez, dos meus ideias, sentimentais e sei lá mais o que... Só quero sair do silêncio... As vozes da cabeça talvez enlouqueçam, mas a voz do coração... Emudece e cala. Ela espera da gente atitude. Não tenho palavras. Nem tenho atitude, Também já nem tenho lágrimas... Ao menos ainda tenho versos... Não fio da poesia eu lapido minhas perdições... </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-70535894508370068282022-05-23T15:59:00.001-07:002022-05-23T15:59:32.054-07:00Sentido<p> Enquanto a vida não faz sentido eu escrevo. Coisas vãs, coisas sãs e outras loucuras também. No sense. Ou seria o caos o próprio teor da vida? Que sentido faz o rio que estamos, quando cá estamos, nem sabemos seu curso nem seu devir. E me desafia fazendo redemoinho quando eu calmaria...</p><p>- Avia minina! Te a cor da, bota cor nessa Vida! Arreda logo de sonhar em preto e branco que a Vida num é cinema mudo não! Te abesta não, sente o sabor da fruta, pare de viver de imagina ação!</p><p>A Vida é uma voz rouca (uma voz louca?!) que me sussurra verdades, durezas e certezas tal qual um narrador que conta minha própria história. </p><p>Quando a vida não faz sentido eu lhe transcrevo. Ela diz que a vida é sentida, ela é o próprio sentido.</p><p>- Te avexe não minha filha, o rio que segue na tua estrada tem a grandeza de Deus. (Ou da Deusa, como tu prefere chamar). É água farta. Fartura é a sina da tua estrada e quando tu perde o sentido, é porque tem sentido. O sentimento é teu lar, e tuas palavras são escritas sagradas. Te avexe não, é no sentido dos teus dedos que se faz seu caminhar.</p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-17327092804979355642022-05-23T15:45:00.003-07:002022-05-23T15:46:45.126-07:00SerVida<p> Eu, toda feita de barro, tal como artesanato, me moldo, me faço e refaço. Às vezes aos cacos que derreto no fogo bravo da Vida, me dou novas formas, novas fôrmas. Eu, feita de barro. Me pinto, celebro no colorido tinto, no colorido vivo que a natureza dá. Eu, toda feita de barro, seria feita pra enfeite? De que matéria é feita a Vida, pra que servimos todos nós? Haveríamos de sermos feitos para enfeite? Eu, toda feita de barro, enfeito a natureza. Que resistência temos em sermos ornamento, sermos feito tal qual paisagem. Acaso não sabemos que o mesmo fruto, a mesma flor que enfeita é feita pra multiplicar vida. Pra multiplicar Vida. Ser Vida. Eu, toda feita de barro, Ser Vida, sendo a xícara que carrega a água que mata a sede, quem sabe, dos vermes que me comerão a fria carne. Eu, toda feita de barro, enfeito a Vida de quem me tenha feito. Sou feito pássaro engaiolado no tempo presente, no corpo presente. E canto. Eu, toda feita de barro rejeito ser vir de recipiente à agua parada e flores tiradas da terra para morrer a servir de enfeite pra quem não entende que a vida é Ser Vir, a ser. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-14928626480068408162021-12-15T19:43:00.001-08:002021-12-15T19:43:15.948-08:00No sense flopado<p> Versos soltos como um rock'n roll desvairado, só os loucos entendem os poucos versos, poetas roucos e nada mais disso me faz sentido... Roqueiros hoje são velhos chatos e machistas. E sem melodia e malemolência música alguma me tem mais graça. Já não diviniso mais tanto a loucura, vivo num mundo totalmente alienista, alienado, se já não se sabia, hoje menos ainda sabemos quem está do lado de dentro, quem está dopando, quem está dopado. Onde é mesmo a saída? De qual caminho Alice?... Bota no sense nesse script, nesse streep tease... Roupas cafonas, bares bolhas paulistanos, trads, feeds, on the city, o que mais faz sentido desse lado, seu alienado?!... Bombado flopado no fecho chegando, olha esse lacre da gata cis te derrubando. No sense, sei lá, minha cabeça é que às vezes não entende muito bem o que que tá acontecendo, me chama um sociólogo, um blogueiro ou um pastor pra tá logo me explicando. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-22101298588995141762021-12-15T19:31:00.006-08:002021-12-15T19:33:36.473-08:00La mer<p> Busco a mar, caminho na areia, tenho uma relação profunda com a mar... Gosto de contemplá-la, sua intensidade que me assusta, sua calmaria me faz ninar ao som das suas ondas de ir e vir... Pôr-do-sol na mar é minha preferência de cartão postal, um dia ainda me caso de véu e grinalda, vestida de branco nesse pôr-do-sol lindo que laranjeia tudo e se joga na mar assim, se indo, se indo... Quantas vezes me joguei... Devo ter morrido em alguma outra vida me jogando em a mar... A sensação de mergulhar é maravilhosa, a de se afogar é desesperadora... Ouço Cazuza e uma lágrima titubeia em cair... O blues br me toca a alma de um passado distante... Parece não fazer mais sentido tanta insensatez sentida... Todavia isso me joga na aridez da vida... Às vezes até parece que nem sou mais eu... Mas me amo mesmo assim... Pés fincados na areia admirando a mar... Antes isso do que jogada na mar, navegando ao sabor do vento e dos astros... Vire e mexe sonho com tsunamis... Deve ser essa sensação de que a mar me engole no momento em que quiser, e eu... Tô sempre tentando fugir... Eu tenho respeito por a mar, talvez por isso mesmo hoje não me jogue mais sem saber bem onde ainda dá pé. Na fé. Porque a gente bem sabe que maré cheia tem vontade própria. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-43482411556376085942021-10-03T19:11:00.006-07:002021-10-03T19:12:35.965-07:00Rotina<p> Caminhamos por vezes como se fossemos chegar a algum lugar... Como uma busca infinita... Ainda me pego dia a dia caindo nessa armadilha... Aguardando a placa de chegada, um lúdico fim expresso... Talvez me tenham faltado as cerimônias das quais fugi ao longo da vida, formaturas, batizados e festas de casamento... Eu sempre fui mais dos sentimentos do que das comemorações e rituais... </p><p>O dia-a-dia, essa é a chegada do caminho... que se faz tão famigeradamente do caminhar... Mas eu ainda me pego a esperar algo transcendente a cada dia, mesmo sabendo que a mais bela magia está no viver... E apreciar. </p><p>Tal qual quem maratona uma série em que os capítulos se seguem... Já não tenho mais a pazciência de esperar por cada capítulo...</p><p>É como se a gente devorasse a vida sem apreciar o sabor de cada pedaço...</p><p>A epifania do Happy End talvez só exista no nosso enterro ao qual não estaremos para receber os aplausos finais... </p><p><br /></p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-29429818868354389912021-09-25T13:23:00.000-07:002021-09-25T13:23:08.138-07:00Arco Íris<p> Como o arco-íris é um e tem sete cores, como uma música é única mesmo tendo diversas notas e acordes, tudo é múltiplo e vasto ainda sendo a mesma coisa... Sou uma mesma pessoa, tendo sido várias e isso me provoca divino encanto... Aconchego aos poucos minha partes dentro de mim... Algumas tive de buscar ao longo da vasta estrada antes do fim... Elas me faziam falta, hoje, me sinto plena e inteira, amo todos meus pedaços... Cada caquinho colado do meu ser... Cada cor que pinta quadros feito aquarela, cada nota que me torna música que me leva a dançar nessa vida insana, busco meu refugio em mim... Adentro meu jardim sagrado, contemplo-me no espelho, olho-me nos olhos... São infinitos sentidos que eles me trazem. Olhar-me nos olhos, outrora angústia sem fim, hoje finda-me as dúvidas... Eu sempre soube a música que toca nessa trilha... Sigo caminho. E que venha quem tiver que vir. Quem tiver de partir já se foi, tem gente que sempre vai estar a voltar... Inspiram e tocam junto nessa banda secular... Às vezes paro para ver o pôr-do-sol, infinitas vezes fiz isso sozinha. O fundo da minha alma guarda memórias longínquas, não sei de onde, que abriga histórias de sol poente a dois... Quem sabe depois... Ainda que a sós, o tom que doura e avermelha, o som dos pássaros, o ritmo da vida me preenche. Estou plena de mim. Minha vida é arco-íris. Eu ainda amo a chuva que se mistura ao sol...</p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-91116087200539178832021-07-15T11:41:00.004-07:002021-07-15T11:43:30.211-07:00As vozes da minha cabeça me enrouquecem<p> Não tenho respostas para minhas próprias perguntas. Existe uma angustia existente querendo nascer. Depois que os sinos tocam sempre acontece alguma coisa espetacular, mas a vida cotidiana não tem sinos, nem espetáculos. Isso apenas a arte pode nos dar, essa catarse... A vida que precisa de espetáculos torna-se um martírio sem fim em busca do próximo aplauso... Eu vivo essa angustia de ser artista e esperar sempre pelo palco... É por isso que eu escrevo... No silêncio do texto a minha prece em palavras sempre é ouvida. Aqui, imaginariamente na minha mente, alguém me escuta... Devo ser eu mesma, dando ouvidos e valor às minhas angustias. As vozes da minha cabeça precisam ser ouvidas, ou me enlouquecem. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-74551769896092475322021-06-20T09:13:00.001-07:002021-06-20T09:13:19.102-07:00Amor de mim<p> Transbordo em maré cheia, luz profunda e cintilante, algo bonito e calmo, sereno como águas mansas, brilho contínuo, cheiro de prece, que me aquece, é amor de mim. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-68663018059554054512021-06-03T09:41:00.003-07:002021-06-03T09:41:33.795-07:00Diálogos vívidos<p> - Mas o que é a vida?</p><p>- A vida, minha amiga, é isso que passa. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-63263336949050692992021-04-03T21:12:00.005-07:002021-04-03T21:34:11.553-07:00Trilhas e enredos<p> Entre trilhas sonoras e trilhos do trem... Existo. Re-existo. Entre mim e o outro há um caminho. Cada ser que existe nesta Terra traz consigo seu próprio caminho. Somos encruzilhadas. Se o nome santo, teu guia ou assusta o caminho, mede contigo tua passada. Abre caminho. Mede tua passada. Se há momentos em que, num cochicho, resmugam tua caminhada. Segue caminho. Só ouve tua passada. Ouve tua trilha. Trilhos e trilhas, vida que segue, adeus que se seguem, e outras chegadas. Ninguém se vai de véspera e nem se achega sem que seja na hora marcada. Se vem alguém tão distante, seus rostos se cruzam, mas não aprofundas olho no olho, ecoa, seguem, caminham, mas não lhe consegue entrelaçar as mãos, repara, é tua sombra projetada. Ilumina-te, para que sendo Sol e sombras distantes onde te refugias em aconchego do calor escaldante, quem deveras se aproxima esteja disposto a aquecer-se enquanto dia, e que, sendo calor demais, este alguém se saiba também repousar em tuas sombras e tê-las por aconchegantes... Segue tua jornada, equilibra tua luz, enxerga tuas sombras sem projetar-lhes a ponto que te ceguem e por acaso te confundas sê-las um outro alguém que descanso procurava em mais uma encruzilhada... Ninguém há de cruzar teu caminho que te seja à toa... A vida é boa e a estrada, embora às vezes pareça, nem sempre chega ao fim... O santo que te abre o caminho, é o mesmo que te carrega até que retornes do ponto onde partiu. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-5217769167566738082021-01-11T13:07:00.005-08:002021-01-11T13:13:19.901-08:00Eclipse<p> O escuro das minhas sombras ilumino com poesia.</p><p>Já quis muito negar-lhes espaço na minha vida...</p><p>Hoje percebo que nelas jogo a minha luz e no contraste tão agridoce, antes que me azede, elas me cedem sua beleza narcísica em forma de Arte. </p><p>Eu bem que reparo narciso no outro. Nele projeto minhas sombras narcísicas também. Elas sussurram: ele não tem luz própria, quer alimentar-se da sua luz!</p><p>Me sinto Sol. E queimo-me em explosões de Ego. Ok, Ele me protege, diz-me quem sou e que o que vejo é apenas reflexo de mim... Mas antes que eu me afogue no canto da sereia... E exploda a vida alheia... Eu sossego. Leoa. Seja mais gata. Faço me carinho, ronrono. Observo os fantasmas que me sugam nessa solidão das sombras... Da luz do Ego lhes projeto, esforço, envio. Luz que me cega agora ilumina. Traz de volta a vida. Traz-me de volta à vida. Já me entendo outra vez Lua. E que nunca fui sua e que ninguém foi de mim. </p><p>Dodói que não doi mais, mas ainda cheira cicatriz.</p><p>Foi atriz que deu show. A menina que chorou. A mulher as acolheu. Amores meus.</p><p>E o menino que um dia amor meu, segue seu rumo, Agradeço de coração a poesia que fez em mim, do ai de mim. </p>Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-6444118353747256422020-06-26T08:59:00.001-07:002020-06-28T18:57:46.838-07:00Poética da Re-existência (pros crias)Companheirx, re-existamos!<br />
Num ato de fé sejamos tudo aquilo que quiseram nos fazer morrer...<br />
O genocídio da nossa gente começa na mente.<br />
A força da mulher, a cura do rapé, o ato de fé!<br />
A língua, os corpos, a Arte que é parte de algo maior...<br />
Tudo isso que nos roubaram: violentaram a nossa fé.<br />
Sim, que seja assim, repetido três, quatro, cinco, seis vezes, três vezes...<br />
Fé, fé, fé, fé, fé, fé, fé...<br />
Re-existamos.<br />
Somos frutos da nossa gente, eles matam, mas nois é igual semente... Da árvore que nois veio, raizes profundas, crias mas nunca mais mudas, florescemos, crescemos, pro-criamos... Nos re-inventamos... Lugares tão nossos, e essa merda toda pra nois é tudo adubo...<br />
Eu não mudo. Eu não me mudo. Por isso eu falo, por isso eu canto.<br />
Nos transformam. Nos trans-formamos.<br />
Raizes profundas. Eu vim pra semente. Nasci na sua mente.<br />
Re-existamos.Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-62746050253205501622020-06-19T11:00:00.001-07:002020-06-19T11:00:09.445-07:00Filhas da Terra- Xiiiuuuu<br />
- Foi o sussurro<br />
- É o vento?<br />
- A brisa?<br />
- São as vozes, minha querida...<br />
- Xiuuuu!!<br />
- Escuta!!!<br />
- Arrepio... Quem me cutuca?<br />
- Para e apenas e escuta!<br />
- É a minha alma?<br />
- Escuta tua alma!<br />
- São meus pensamentos?<br />
- Deixe-os ir no rio da vida...<br />
- Minha querida, são as almas...<br />
- As vozes?<br />
- Sim, suas raizes...<br />
- Suspiramos sabedoria em teus ouvidos...<br />
- Desde a sua infância, desde que te parimos, cuidamos de ti.<br />
- Abandona teus pensamentos princesa, escuta tua alma, ouça tuas vozes!<br />
- Mas eu nem gosto de monarquia...<br />
- Esquece essas palavras brancas. Traduza a língua morta da tua gente que nunca morre. Tu és filha das filhas da terra. És princesa onde quem reina é a sabedoria da Terra. Taxaua.Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-74942769848563310832020-05-07T09:11:00.003-07:002020-05-07T09:11:55.111-07:00MascaradosEu tinha decidido não tomar qualquer decisão sobre sentir ou não sentir, valer ou não valer, querer ou não querer, aceitar ou não aceitar, ser ou não ser... Nada que não fosse feito a partir do olhar... Eu decidiria olhando nos seus olhos... Nada mais de digitar. Nada que fosse virtual. Eu tinha escolhido viver apenas o que fosse real... Tem ate um bilhete na minha geladeira: "só o agora é real. Só o que existe agora existe de verdade"... E o que existe agora?... Ironia da vida... Então ria! Rir pra não chorar... De quantas vezes eu desviei o olhar... Quantas vezes eu nem quis te encarar, eu nem quis me encarar... eu nem quis encarar... E agora eu nem sei mais o que era pra se encarar... Talvez agora o real seja virtual... Eu sei lá... Tem uma certeza calada no peito... mas eu não gosto de olhar pra ela... Ela mora lá, não sei como é que eu lhe concebi... Mas ela mora lá... É como engravidar de vez única... Fizemos sexo sem proteção. Deveria existir camisinha de olhar, pra envolver sentimento, e descartar no final... Não se enganem, mascarados. Seguimos vulneráveis à vida, e nossas mentiras, escancaram-se a cada dia no vazio do espelho... Na cinza das horas do rolê que não veio...Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-31967652058859106942020-04-09T18:06:00.001-07:002020-04-09T18:06:34.239-07:00Igual menteSou filha do mato, caminho na terra<br />
Pra tudo que faço, existe uma reza<br />
Sou filha do tempo, laçada no mato<br />
E muito se engana, quem pensa que parto<br />
<br />
Eu curo a terra, assim me refaço<br />
Em tudo que comes, existe meu rastro<br />
Sou filha do vento, e levo sementes<br />
Em tudo que mentes, farejo teu rastro<br />
<br />
Sou filha do mato, te dou teu veneno<br />
Em tudo que benzo, limpo teu rastro<br />
E não me arrependo, justiça te faço<br />
Devolvo teu pranto, que me arrancaste<br />
<br />
Por mais que devastes, é a ti que te arrasas<br />
Eu corto tuas asas, e te acompanho<br />
Rastejas na terra, escuto teu pranto<br />
Eu curo tua mágoa, se te arrependes<br />
<br />
Não faças piada, escuta minha gente<br />
Sou filha da terra, eu vim pra semente<br />
Por mais que te enganes, meus filhos não mentem<br />
Escuta minha gente, eu vim pra semente<br />
<br />
E se te arrependes, ainda te flores.<br />
Sou filha da terra, a mim tu não fodes.<br />
Escuta minha gente, eu vim pra semente<br />
Se tu me fodes, eu fodo a tua gente.<br />
<br />
Escuta minha gente, eu vim pra semente<br />
E se tu me fodes, eu fodo tua gente<br />
Sou lei do retorno, implacavelmente<br />
Se fodes minha gente, te fodo igualmente.<br />
<br />
Sou lei do retorno, e implacavelmente<br />
Se fodes meu povo, e não te arrependes<br />
Eu queimo em teu choro<br />
Te fodo igualmente.<br />
<br />
Eu queimo em teu choro<br />
Te fodo igual mente.<br />
<br />
<br />Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-40067260254696257662020-04-09T17:26:00.001-07:002020-04-09T17:34:27.629-07:00Filha da terraQuero muito me encontrar... Procuro pela minha verdade num mundo de pós-verdades e notícias cheias de mentiras... Ainda falo em português, pareço ser uma das últimas que ainda segue utilizando esta língua... Mas tenho me aberto à outra, a nova colonização, já não é a primeira, oxente xamã mirim, agora o fim é the end... Quem entende... Quem me entende?... Já pouco importa, farejo o cheiro da minha verdade... Eu busco nas minhas histórias... Quero dar cursos, fazer aulas, lives, vlogs... Procuro no acervo, de tudo que estudo, de tudo que vejo... Ainda não tem a cara da minha gente... Ainda não tem a cara da minha gente... Minhas mulheres ainda não tem voz... Nem rosto. Talvez tenham nome. São essas marias que benzeriam e saberiam bem ao certo a reza braba, o alimento santo, o chá da terra pra curar essa peste. Saberiam curar os corações feridos da morte, guardando bem os mistérios da vida e do além... saberiam dizer que o barco que traz é o mesmo que leva e que ninguém há de partir sem lhe ser a hora certa... Minhas mulheres tem a sabedoria da vida além da morte. Suas histórias não estão nos livros, nem sei bem mais quais são seus cantos... Uma leva de gente branca que ignora seus prantos lhe usurpa as crendices e vende made in workshops... Não sou filha das mães pretas, que muito respeito,(de quem tb pouco se ouve a voz...). Sou filha das caboclas do mato, laçadas e lançadas a própria sorte... Me dói ainda suas noites de abusos de neguinha da terra, a quem embranqueceram seus filhos, frutos do próprio estupro. Sou filha das filhas da terra. Branca de pai. Cabocla de alma. Eu escrevo o que minhas mulheres não puderam dizer... Pouca gente lhes conhece além do folclore das poucas palavras, sabedoria vasta, difícil de descrever. Elas não estão nos livros (nas histórias dos homens brancos, talvez lhes estejam as coxas...), me estão na alma, me cantam a alma, me encantam a alma, e pedem pra mim lhes dizer... Procuro meu caminho, que devo fazer... Elas me mostram a mata, me pedem que siga, por entre elas, pra dentro de mim, hei de me des-cobrir se lhes re-conhecer.Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-45112130659456307112020-04-05T19:09:00.001-07:002020-04-05T19:09:37.843-07:00Happy EndFoi a maternidade que me devolveu a divindade. Nela, eu renasci pro além. Depois de uma quase-morte, eu nasci para vida, decidi entre viver e apodrecer... Eu quase morri denovo... No fundo do poço, me lembrei que era deusa, uma semi-deusa á porta do inferno, eu clamei por socorro à minha parte divina... Eu rastejava na lama da minha mortalidade humana... Tinha dormido com vermes. Agarrada à minha semi-divindade eu encontrei um semi-deus, e dessa junção, conjunção carnal visceral, por intuição, me livrei da maldição, fiz caminho reverso, e na porta do universo, ainda que agora, por hora, sozinha, procriação do gozo da junção das duas partes advinda, eu pari minha nova criação de mim, a deusa hoje que aqui se inscreve feliz.Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-78693673536528899472020-04-05T18:39:00.001-07:002020-04-05T18:39:25.588-07:00Sofia não é filha da CiênciaSinto saudades da minha terra, a terra que nunca tive. De onde parte de mim foi arrancada, laçada... Sinto saudades da terra onde plantaria segredos da minha existência, resistência, sobrevivência... Que me dá o de comer e o de cuidar... Onde rezaria e benzeria... Onde cantaria afim de louvar, agradecer... E onde silenciaria ouvindo as vozes celestiais e ancestrais, espíritos da terra e do céu aconselhar-me sobre a sabedoria a se tirar de tudo isso... Sinto saudades da minha terra inexistente... sinto saudades da minha gente que não é, que não está por aqui... Não que eu não acredite em ciência... É ela que não bota fé em mim.Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8316890195406774791.post-16239761796958392102020-04-01T12:17:00.001-07:002020-04-01T12:31:05.364-07:00Corpo fechadoPoesia latente não sai mais da mente, pulsa nos poros, pulsa no sense... Que dizer quando nada mais parece fazer sentido, eu faço poesia pelo ritmo... Coração que bate, bate, bate, pulsa... Ao menos seu tumtumtumtum ainda lhe ouço, faz companhia ao ser solitário em solitária quarentena, mais amena... profecia maia do fim do mundo, saberá lá a deusa o que significa isso tudo... corpos frágeis periféricos ainda sustentam o mundo... Limpam tudo e a dor da impotência que será vista é apenas a do médico, não do gari que tira lixo contaminado... Tudo é sujo, mas uns limpam a sujeira alheia enquanto outros descobrem que sujam... Quem nunca lavou a própria privada não merece a vida... Minha mente indignada não é digna da nova jornada... Putrefada a pureza das good vibes... Eu insana não insisto em esconder meu lado menos idílico... Lhe liberto afim de me libertar... Eu vibro no amor mas às vezes eu rimo na maré do ardor das injustiças... In justiça. Machado de Xangô logo ceifa e nossos corpos são fechados. Oxalá!Juh Almeidahttp://www.blogger.com/profile/03384802103750997635noreply@blogger.com0