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Mostrando postagens de 2018

Sete vidas

Voa menina! Corre, brinca, pula, gata! Vc tem asas, tem vôo no seu destino e apesar de todo desatino vc é mestra em se cuidar! Deusa, mestra, linda gata... Desperta, dispara, já é hora de voar denovo!... Eis o rosto que vc procurava, tentou encontrar-se por toda vida, que linda, ele estava bem ali, do outro lado dos olhos que encaram... Em três dimensões, em sete vidas, sete sentidos, sete chacras... Sete perfeições, vc.

Em pleno vôo

Quero te ver lindo em pleno vôo, sempre... nunca te quis ter pra mim... Vc livre e sorrindo é coisa mais linda que eu já vi... Sempre teve gosto de eternidade nossos encontros, ainda que breves e sutis... Vc tem asas menino, viaja e brinca de ser feliz. Prefiro teu sorriso lindo ao teu olhar triste de quem chorou por mim. Abro mão de qualquer lágrima pra te ver sorrir, ainda que longe assim. Elfo, pedra preciosa, pedaço de sol... Nenhum ser divino nasceu pra se aprisionar, lindx somos em pleno vôo...

Puta à moda de Tim

Sonhava em ser puta... Das mais vadias... Faço um esforço, disfarço bem, meto gostoso, exponho partes do corpo, passo batom vermelho, olho de canto de olho, sorriso maroto, olhar profundo... E descubro que minha veia artista, a sina de atriz sem peça e sem palco continua... Vou pra coxia, me olho no espelho, olhar marejado, coração palpitante, pensamento distante... Puta à moda brasileira carrega no peito sentimento e saudade.

Encarar a fuga

Meu olhar procura o sol do seu sorriso... Mas eu não consigo mais te encarar... Dizem que quando o sol não sai, os girassóis voltam-se uns aos outros pra se aquecer... Assim, então, olho bem nos meus olhos pra me manter... Encaro meu sorriso lindo no espelho e entendo que a gente só vê beleza no outro daquilo que se tem em si... Abraço essa convicção e aceito então o que mereço pra mim, por isso entendo pq meus olhos agora fogem de ti... Difícil sina, no momento em que decidi na minha vida de nada mais fugir...

Saudade

Saudade que como com arroz e feijão, em ato quase cotidiano, tento digeri-la, transformá-la em mais um ato comum na minha vida... Doce inocência... Ela dorme comigo, me acorda às vezes, lava meu cabelo cheiroso, acaricia meu corpo, aprecia meu cheiro, sente meus lábios molhados de desejo, goza comigo, dança comigo, canta no chuveiro... Como não sei o que fazer dela, não consigo mandá-la embora ainda, ela é tão bonita, gostaria de soltá-la como um pássaro, para que voe para longe... Já tentei algumas vezes... Ela volta, diz pra mim que sussurrou no ouvido dele o quanto tá guardadinho aqui, fazendo calor no meu coração, apesar de eu ter tentado fingir bem uma partida definitiva (o teatro e a literatura me deram dessas coisas de final poético, eu queria que na vida tb desse pra fechar o livro ou as cortinas...), mas não sei se ele ouviu, se sente, se sabe... Que diferença faria se soubesse tb?... Pra que essa saudade não volte do fundo do estômago e eu lhe vomite o que não consigo conter,

Infinitivo...

Me desafio a escrever no infinitivo... Ser e estar, ser star... Ah Lulu, quanta sabedoria, quem diria... Desafio aceito, perfeito, ver simplicidade na forma simples da vida, sem conjugações, sem condicionais, sem adicionais... Ou com, com simplicidade, com felicidade, cumplicidade, transformação permanecer a formação inicial, tranquilidade, infinitude, infinitivo... Quando tudo deixar de ser passado ou futuro, mas também deixar de ser presentismo... Infinitivo. Presente do presente. Ser com, estar com, permanecer, como a água que flui e não cessa, permanece a correr pro oceano infinito... Infinitivo... Apenas e tão plenamente, tão abundantemente simples ser/estar, sem se conjugar, nada de com-julgar, leve-mente, simples-mente com-estar, ser-e-amar...Infinitivo, conectivos, infinitivo...

Existentes

Vamos girar girar até ficar tonts, correr correr correr só pra sentir o vento na cara... Tomar banho de chuva no fim da tarde, gargalhar até doer a barriga, pôr pés e mãos na terra molhada, abraçar as árvores, dançar sem música, cantarolar à toa, passar um café de tarde só pra sentir o aroma... Escutar os pássaros, ver o mundo encantado de seres da natureza que rodeia as flores... Vamos olhar quantas cores há no mundo... Vamos ser e estar, apenas e tão grandiosamente existentes.

Amares

Perguntaram-me por que chamei de amor meu último sentimento, se não foi coisa de momento, uma paixão qualquer. Disse que respeitem meus sentimentos, ora pois, se os seus são enlatados, domesticados, rotulados, avaliados, tudo bem, aos meus peço que não os nomine sem a minha autorização, ou nominem, visto que a aceitação do que sinto ou não só a mim mesma pertence... se acreditasse em prazos acreditaria que tem prazo de validade o amor... Acredita mesmo que sem que se tenham passados os exatos mil e tantos dias de sentimento, ao final cabe o recebimento do tal carimbo: válido amor? Por favor! Amei mais de uma vez nessa vida e ao que me toca, sei bem que o amor é algo eterno, por isso, o poliamor perfeitamente possível. O que se confunde, na bem da verdade, e já explico, é sobre a possibilidade de se vivenciar todos amores de uma só vez. Há quem goste, porém eu, ariana de boa intensidade, prefiro o sabor de cada parte, até a última vez. Até que então se transforme em amor assexuado, sent

A terceira margem do rio

Narciso me olha ali do outro lado... Busco a terceira margem, ainda há pouco quase me afoguei, repetia o gesto de narciso, olhando-me no espelho de outros olhos... O caminho do fundo do rio seria sem volta... O rio me chama às vezes, o rio, as vozes, sereias que cantam, encantam... Mas eu procuro a terceira margem. Terra firme, nem lá nem cá, em meio às águas, parada em meio à tempestade. Eu busco a terceira margem. Lá as vozes que se ouvem são compreensíveis e o meu reflexo é belo e lípido e não me quer me levar a me afogar, ir embora de mim... Através do terceiro olho, eu busco a terceira margem, em sobriedade, chapada de intuição, eu espero a terceira margem então.

Fé na incredulidade

Mantenha a serenidade, é uma ilusão um mundo de imbecilidades... já dizia o quase vizinho, as pessoas não são más, só estão perdidas... Repito como mantra, lembro-me das minhas brutas cicatrizes, dos dias difíceis, das atitudes ruins, das autodefesas, dos ataques raivosos que escondiam um medo e uma vontade louca de me proteger. Namastê. Deve sim haver um outro ser ali, com algum cérebro e qualquer forma de sentimento lá dentro, quero descrer que no mundo haja gente tão cruel... Sistema falido, pq insitimos? Dando-lhe status de poder e agora quem assina da cadeira da presidência é quem muito pior que assassinar, torce entre os dedos e através da língua podre veneno que sufoca e avilta a dignidade humana... Sejamos humanos, há de se enxergar ainda humanidade na bestialidade, de muito mais que um, que cinco homens... São tantos e tão múltiplos que se materializaram em votos... A minha negação há de prevalecer, não posso (tá pra além de não quero) crer que as coisas sejam mesmo assim. Tem

Cíclica História humana e literária

O mundo tá tão absurdo, a materialidade das coisas é indigesta. Fugere urbem, Carpe Diem!

Bem me quer

Me dá seu por-do-sol, eu te dou a minha lua, a minha rua, meu olhar urbano do mundo, vc me diz das suas cores, das suas flores. da natureza, da cachoeira, das árvores, do seu refugio em meio caos... Eu nunca quis mesmo saber se tens diploma, quanto ganhas, talvez nem a sua idade, sem alarde, se me dissesse que fazias da vida felicidade ainda te acharia o ser mais lindo que conheci nessa cidade... Minha experiência pequeno-príncipe, tentei não indagar essas coisas que importam às pessoas grandes... Sei de ti apenas dos olhares que trocamos e o que supomos um do outro num silêncio de diálogo que foi muitas e muitas vezes defender-se de sentir e camuflar em sobriedade o que grita lá de dentro e que eu não entendo. eu não entendo... E desisto de entender... Se há coisas que são apenas pra ser e sentir, deixo assim, até que possa partir de mim tal sentimento... Deixo-o sentir cá dentro, se me fez de morada, que aproveite a casa, e entenda que não há retorno, e assim decida por si mesmo part

Final Feliz - E viveram felizes para sempre

Como prestes a sair do casulo, tal qual tempestade que finda já aponta arco-íris em meio ao canto dos pássaros, sei que estou prestes a reconstruir o que implodiu... Como caminhante, já perto do pico do monte, sei bem que a vista linda tá quase ali... O meu vôo, antes da próxima vida, dura um dia, será que vais estar comigo, cruzar inda uma vez o meu caminho, serás vôo compartilhado a borboletear na dança antes de acasalar ou serás acaso forma humanamente distraída em cuja boca hei de pousar? E, salvo o encanto momentâneo com minhas lindas asas lilás, pouco entenderás que serei eu mesma ali a voar, passarei por ti, sorrirás pra mim e eu seguirei enfim... Só não sei se serás abraço apertado no pôr do sol do arco-íris, passada a tempestade,  ouvindo o canto dos pássaros, sorrindo comigo, enfim achamos o pote encantado... Tudo bem se não estiver, aceitarei com a mesma graça e o mesmo sorriso o mundo incrível que se me abre... Agradecerei ainda assim o seu sorriso lindo, seu olhar profundo

Amor em tempos de ódio

Não sei se falo de amor ou de política. Mas acho que falar de política hoje é falar de amor. Em tempos de ódio, o amor é resistência. Antes do ódio, sua mãe foi a indiferença. Antes dos sentidos, o coração partido, a insensibilidade, a incapacidade de sentir. De sentidos, de rumos, nos descaminhos, à espera do caminho, terra prometida, bússola, cartilha, rumo certo, medo do incerto. Engana-se quem pensa que responsáveis são apenas os que odeiam assumidamente. Responsáveis são também os incapazes, covardes, mancos de sentimentos. O amor só nasce no coração dos corajosos. De quem assume a covardia de suas incertezas, num ato heróico de coragem. São tempos de certezas, de verdades absolutas, da liberdade imperativa, da felicidade ditadora. O amor, como a sabedoria, nasce da covardia e das incertezas, ou melhor, da superação dos medos e das dúvidas. Da aceitação das sombras e dos múltiplos caminhos, da assunção das escolhas que renunciam. Eu queria falar do amor que eu sinto e do abraço on

Moça do olhar de girassol

O amor nasce numa metáfora a ser esquecida nas distâncias da vida, mas relembrada num lapso qualquer, daquela música, daquele jeito, naquele tempo... Metáforas emprestadas pra se dizer o como do amar... Mas há metáforas que surgem no coração, como a melodia de uma canção ainda não gravada, como o enquadramento da fotografia ainda não tirada... Há um risco de eternidade nas metáforas nascidas no coração que sente, que não saem da mente. Há toda uma vida ainda pra eu descobrir se conseguirei enxergar ainda o sol no sorriso de mais alguém... Eu, que já nasci moça do olhar de girassol.

Minha poesia, melodia de canções não cantadas

Foi nos dias difíceis que mais me compus, no silêncio do peito moram palavras repetidas que encontram novas rimas no seu rearranjar... Hora ou outra palavra nova, quando o que era se esgota, gota a gota surgem neologismos, advindos de novas lógicas e sentimentos... No caminho da reconstrução, recomponho-me compondo, músicas de ouvidos silenciosos, palavras discretas com ritmo sem melodia, sinfonia da leitura silenciosa, misteriosa sina de ser enxurrada de palavras ritmadas sem querer cantar.

Casa com rede e varanda em frente a mar

Silêncio. Reconstroi a casa ruina de dentro. Sente o vento como brisa, o furacão já passou. Tece amanha, planta, que no devir florece o jardim. Sinta, seja. Você é mulher perfeita, refeita em cima de seus equivocos e imperfeições. Aceita seu amor, de si para si, recompõe o que decompôs, compõe e canta suas próprias canções, música de ser feliz.

Oração insubordinada II

Agradeço os dias de chuva e os dias de sol. Agradeço o barulho das guitarras, a gritaria pra se fazer ouvir além do som, as conversas, agradeço os dias de silêncio e paz. Agradeço cada momento onde eu estive sendo eu, onde resisti em continuar sendo a pessoa que sou, onde não sucumbi a necessidade de pertencer, pq fazer parte do que se é parte é processo natural. Agradeço por minha própria companhia, e pq tive companhia nos dias em que me faltei a mim mesma. Agradeço sem agradar e sem obedecer. Apenas. Aqui, agora, sem para sempre, sem amém.

Sofá de dois lugares

E de repente o silêncio necessário e o não se saber o que fazer... Deixa estar apenas... Serena... Afastando pensamentos que nada resolvem em sua insistência em pensar, acolhendo sentimentos agasalhados, quentinhos, carinhosos... Que se satisfazem em permanecer apenas, enquanto for possível, enquanto não se tornam bagagem a se despachar e ser lembrança ou a acomodar e ser esperança, no cantinho do sofá de dois lugares, ao lado do amor próprio. Tão raro pra essa moça, poucos gestos e silêncios, como sempre já fora tempestade, hoje é bonança. Debaixo de um céu esperança, que chove em cima da seca que ameaça, céu de eclipses e mistérios, entrega-se ao mistério, deixa-se estar. Sentimento lá dentro espera a hora de decidir partir ou ficar.

Metamorfoses

Caminho um caminho desconhecido. São passos de silêncio. Algo incomunicável, pq incompreensível. É gota de chuva em dia de festa, da qual dá ímpeto de se esconder mas se descobre que dá pra brincar e brindar. É por do sol de repente, em meio caos, aos carros, aos prédios, luz que se observa colorir o horizonte dos olhares desatentos, atentos a outro olhar... É luar intocável, no céu distante, mas acalentador, bonito, sorriso da noite. É silêncio pq minhas palavras não tem morada nem coração pra pousar. Sigo calada essa jornada do meu despertar. Coração sincero borda discreto o amor sem lugar pra se enfeitar, ri pra si mesmo, ri de si mesmo, e tenta voar. Sair do casulo, borboletear.

Pó de estrelas...

Tem coisas que não se explicam pq nem a gente entende... A gente sente, simplesmente!... E de tão simples a mente acha que vc mente, só o coração compreende, pq abraça e fica quentinho, faz lá dentro um carinho de aconchegar... Ás vezes não faz sentido o que não tem mais pressa, que não se expressa, não é expresso, embora tenha em si uma saudade ancestral que puxa pela memória algo conhecido, talvez já sentido muito embora diferente... A mente acha que mente, é medo. Mas coração tranquilo sabe que é seguro, o que não seguro, quer apenas ver voar... Ser galho e pássaro, o porto e o mar... Devagar, devagar. Apesar de desejar muito, preferir caminho seguro guiado pelos astros, nos rastros do pó das estrelas que viemos, pertencemos, então é apenas e tão somente, tão simplesmente, deixar estar.

Sentidos

As lágrimas molharam seu rosto, ela achou que não fazia sentido. As lágrimas entenderam que não eram aceitas e pararam de tentar. Mas a razão não entendeu, o sentido pemaneceu, calado e sentido.

Flor regada à tempestade

Tem dias em que rio e apenas rio... O riso é rio suave, leva consigo muita coisa pelo caminho rumo ao mar... Mas tem dias em que a revolta bate, é tempestade a trovejar...Tempestade que não lava a alma, pq leva o mundo, destroi casas, carros e viadutos... E quem disse que era pra ter tanta matéria em meio ao mundo, onde a tempestade não possa apenas ser sem destruir... Me sinto assim, cheia de trecos dentro de mim, fora do lugar... Mas a revolta bate quando me dou conta de que tal como a terra, natureza viva, fui tirada de minha pureza por ganâncias de homens vis... Sociedade que nos violenta, mininas, mulheres, de tantas formas, como não respeitam mãe terra, quebram galhos, cortam árvores, ceifam vidas, envenenam onde deveria nascer apenas vida... É difícil não se sentir aturdida... Com seu sagrado profanado, cheio de bagulhos, que sou eu mesma, coisa por coisa, jeito por jeito vou dando um jeito de tirar de cá de dentro... Tão cansativo tudo isso, não posso nem trovejar e me inundar

Caminhante bailarina descompassada

Caminho entre meus próprios pensamentos, ao som do ritmo das ruas... Cá dentro, cachoeira tranquila às vezes faz tempestade, nada que se alastre, ouço o som do tilintar, gota, gota, pensamento se esgota rumo ao mar... Já não divido tempo espaço matéria artéria fogo tempestade partículas gotas areias o outro entre mim e o mundo é tudo meio junto mas cada um tem seu lugar. Voou devagar a devagar... Sem pressa, expressa que às vezes é só preciso saber onde pousar. Mas galho não é lar. Não há morada pra caminhante errante, bora que o destino é só devagar sem desatino, devagar caminhar caminho. Lindo, lido entre cores, entre flores, às vezes entre concreto e cinza, cinzas, de vez em quando uma bailarina e sigamos a bailar... Passo a passo, descompasso e sigo no ritmo do caminho que tem brisa leve, voou devagar a devagar...

Caminhos e caminhadas...

Sinto-me cansada de seguir so, apesar de amar ficar sozinha... Quem explica... Talvez não seja tão complexo, apenas desconexo com as narrativas sobre relações no mundo... E simples de tudo, e so dar as mãos em algum lugar, e seguir, e caminhar, que cada um tem seu caminho, não adianta tentar seguir e se calar, ha de deixar estar... Mas de mãos dadas de vez em quando abranda qualquer pranto, deixa aconchegar sem se acomodar.

Realidade Virtual

De repente somos apenas uma colcha de retalhos esquizofrênica em busca de nos conectar... Uma conexão mentirosa que apenas deixa estar à distância, sem se tocar... À espera da proxima curtida, curtir a vida tb passa a ser o que se possa postar... Um mosaico de retalhos de relações irreais... Momentos ao vento e nada mais... É a felicidade tao breve quanto o gozo de um like... Quero intensidade de verdade, nem que seja na solidao, que seja intenso, verdadeiro, anônimo e a sós, que seja real.

Meu destino é pecar

Sou apenas de carne e osso, ideias e sentimentos. Não desejo ser nada além disso. Intuições me guiam tb, mas nenhum poder especial. Sou tão especial quanto qualquer uma de nós, não quero nada além disso, além de ser-me e existir. Disse várias vezes que resistir às vezes parece-me não ser escolha, mas a mim bastaria apenas existir... Cansada de guerras e competições de egos... O meu próprio às vezes tenho de lhe pôr no lugar, que não se engane, que toda glória é passageira e pra cada uma peleja se coloca outrem em subjugação. Não vejo sentido pra essa situação de competição, de guerras, não me queira guerreira, sou apenas passageira aprendendo a caminhar... Não quero correr, mas quando vejo já me acelerei... É que nesses descaminhos muitas vezes eu tive que fugir da caça às bruxas, tropecei, me enganei, então eu corro e na ansia de não me perder denovo, e por mais que o caminho seja incerto, preciso vislumbrar por onde andar, se vou distraida, por experiencias tristes nessa vida, o acas

Fina flor do caos

De poeta, artista, todo mundo gosta... Quero ver se suporta chicote batendo nas costas, a navalha cortando na carne, que não há arte que se compare a ferida transfigurada em flor de poesia... A poética, a estética, o ritmo é roto, é flor de lodo, ruido e caos, ritmo e nau a seguir estrelas em mar bravo, embarcação que segue superando tempestade, encenação que se segue antes de naufragio, tentando equilibrar-se sem se afundar... Amar a poesia e toda forma de arte é de alguma parte amar a expressão da dor. O ser humano é cruel.

Ritmo e cicatriz

Seria um sonho saber com menos propriedade sobre violências... O tapa na cara sempre volta... O tapa que nunca recebi, o guspe que nunca caiu... Mas que tava ali e dava pra sentir, apesar de sentir coisa pior...  A porra na cara que era assinatura de humilhação disfarçada de tesão... Eu prefiria não saber dos papos de boteco... Do eco das falas escrotas, os discursos que são usados, reproduzidos pra nos usar... Eu sonhava coisas tolas e lindas e não tinha pesadelos... Não era inocencia, que essa já nem sei mais quando foi que a perdi... Era ingenuidade, incredulidade, o não saber, não reconhecer... A dor doia algumas horas, algumas vezes tão bruta... Eu dilacerava a própria pele, o fio da navalha, a pele que descorava, doia menos, bem menos do que latejava lá dentro mas eu não sabia exatamente de onde vinha... Me iludia que era dor do tédio sem nem mesmo ser burguês... Dor concebida, dor que se analisa, dor reconhecida, tem cara, tem cheiro, fede, lixo que se reconhece... Quem é que qu

Gritar quando falta a voz...

 Em tempos onde tudo é dito, o grito vira eco na multidão de palavras... Às vezes guardo gritos e discursos, como se não tivesse nada que mais dizer ou acrescentar entre tantas vozes...  Gritamos pq somos muitas mas quando falamos ouvidos fingem demência onde é ciência, é fato exposto, fratura exposta... Queremos respostas! Queremos respostas! Pra onde vão as denuncias? O que fazemos com esse eco, gritamos, gritamos, gritamos, quem nos ouve???... Pra quem gritamos???... Gritamos a nós mesmas, estejamos alertas, tanta mentira, tanta guerra bruta, a gente põe a cara na rua, a gente tira a cara do tapa, que em cima de mim mão nenhuma se atraca, a gente recupera o corpo, tudo nosso nos pertence, não somos objetos de doentes, a nossa voz nos pertence; temos gritado, vamos gritar, mas gatas, vamos nos cuidar... De mãos dadas, sigamos. Mesmo que divergentes, jamais dispersas... É guerra. E tem guerreira de voz negada levando bala por ousar falar na cara. Na voz que silencia, a gente engasga..

Porre de amor

Já tomei porre de amor romântico... Pr' acabar mesmo! A embriaguez é maravilhosa, mas a ressaca é de foder... Sem arrependimentos... Mas agora só aceito dose de sentimento que saiba que acaba. Brisa leve tb chapa...

Blues Mulher

 Sua casa tem um clima de som de blues, suas coxas tem um ritmo de som de blues. Seus lábios molhados tem compasso de som de blues. Ela é blues do olhar até as coxas.

Carta para o tempo

Procurei em quase todo sorriso tímido pelo qual me encantei a sua timidez, um charme natural. Ainda posso ver você dançando desajeitado, tempos perdidos. Foi ali que eu me encantei, nunca te contei, foi antes mesmo de te conhecer, e a blusa listrada azul e preta, lembrava a do Freddy Krueger. Ainda posso ver seus olhos castanhos, e eu perdida na profundidade daquele olhar que até ali nunca me encarou, e o cinema mudo que se segue nessa cena, até o ônibus do Grajaú atracar. A tempestade que chegou e o guarda chuvas enorme de filme, o som melódico do ritmo da chuva de verão, eu observo o moço tímido com receio do quartel, são dezoito anos e uma estrela do PT no boné. Parece que eu nem ligo, mas observei cada detalhe. Foi a única vez na vida em que eu observei cada detalhe de alguém. A dor do detalhe impregna. Já não chamo mais de dor, chamo de saudade. Saudade tem beleza, felicidade e tristeza, tudo conjugado. E a certeza de que se viveu feliz. E feliz de quem sabe que foi feliz, felicid

Eu quero a sorte do não querer

Eu quero a sorte de um amor tranquilo... Eu quero fruta do pé... Eu quero desfrutar da paz do não querer. Mas teimo em insistir, em não esquecer. Que o raio que o parta, pra que eu parta desse portal perdido no tempo e no espaço. Já fiz promessa, tomei floral, recorri à filosofia e psicanálise e nessa análise material entendi que o amor romântico só faz mal. Que fique passado no passado, pretérito imperfeito. Imperfeito, já deixei até as idealizações. Tudo em vão. Já disse não, nunca mais, até nunca, jamais. Foi tudo blefe... Sigo perdida, sem rumo, tropeçando em rastros virtuais... Se é mito eu mudo, desmistifico, teimo em não arrancar oculta raiz de todo mal... Que farei de mim sem o mito do amor inicial? E como arrancar parte de si pra partir pro carnaval... Seria mais simples se multidões não multiplicassem meus vazis. Sigo assim calada, de asa quebrada a descansar. Vou seguir, na avenida eu vou sorrir, o sorriso bambo do bom samba de Tom, da avenida de quarta de fim. Sorrindo e sa

Missão da artista

Minha missão enquanto artista é manter a sanidade nesta vida...

Sétima Arte

A diferença do teatro para o cinema, enquanto plateia, são os aplausos... Por isso a sétima arte é profundamente moderna, abandona-nos à catarse solitária e individual...