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Mostrando postagens de 2009

Um blues misturado com samba...

Passo a passo obscuro pelo mundo afora (q devora...), e um barulho aterrador... num momento a luz brilha (é o palco escuro...), e se toca uma música (um blues misturado com samba...). Abre alas que é na avenida, não a do sambódromo, qqr avenida congestionada das 6h da tarde de São Paulo... e todos saem dos carros naquela garoa barulhenta (daquelas q lavam a alma!...) e ninguém se agüenta, todo mundo dança na alegria do samba, todo mundo chora na tristeza reflexiva do blues... É incrível, mas nesse momento rhythm and blues todos pensam... E eu não estou a sós no mundo.

Um volta por aqui dentro...

Seria fato essa angústia uma falta de criar... Afinal a falta de criatividade tá na base do trabalho alienado (muito marxista isso!!!...) Seria Marx o tal culpado dessas crises de pânico que assombram a população... (ou o que ele disse...) Medo da morte, de uma morte viva, dessa morte viva. Como descrever o que sinto (já fui tão boa nisso, nesse lapidar das palavras pra comunicar esse incomunicável calado e assombrado que reside em mim...). Sinto medo, pânico. É dessa não-vida, dia-dia inexpressivo por essa falta de expressaõ, expressividade que me é negada pela podidez a que estou condenada, pois ouvir aos outros só se tem sido possível quando se pode entender, e quem irá me entender???... Críticas, só se construtivas. Mas eu quero mesmo são as destrutivas, é pra destruir esse mundo hipócrita criado ao nosso redor...(e pior, por vezes e vezes dentro de nós...). Quero roê-lo e corroê-lo. Um mundo onde uma mulher está sujeita à violência (física e nõ-fisica) pela roupa (casca, aparência
"... mas louco é quem me diz que não é feliz ..."

Eu preciso de silêncio.

Eu preciso tanto de silêncio mas o barulho do silêncio é tão ensudercedor! Eu falo tanto com os outros, mas comigo mesma eu grito, grito, grito! Grito numa violência exagerada uma angustia sufocada e penso: Meu Deus, o que será que será???... É que eu só queria amar. Eu amo tanto a liberdade que me invade essa falta de amor. Porque meu amor morreu ou vai ver ele nunca nasceu. O que será que será???... Idaguei outro dia sobre o que seria o amor (ou a minha querida tal liberdade...). Descobri que não sei exatamente o que é. De fato, eu só sei o que não é. Mas talvez isso já seja suficiente. Seja uma marca de personalidade, porque por vezes tenho essa mesma sensação, de não saber quem sou, mas saber exatamente o que não sou. Então, minha amada existe e é até quase carne e osso. Basta então ela nascer, renascer (não sei bem se é caso de reencarnação e ou se gerar de verdade...). Mas o que é certo é que é um parto! Ou aborto? Sinto por vezes que ela é abortada... até em mim (seria meu amor

...

Eu preciso de silêncio.

...

Eu quero tudo num sengundo. Cansei.

Vida de Gado

Ando lendo muito Nelson Rodrigues... Fui contaminda por sua síndrome cronista... Hoje no trem visualizei essa crônica... A cena é simples, simplesmente cotidiana de paulistanos sem carro a caminho do trabalho às 7h30 da manhã... Mas hoje não foi dia de todo dia, dia-a-dia, houve uma novidade: algum trem quebrara na primeira manhã. Acontece às vezes, muda tudo. O trem que passa precisamente de 5 em 5 minutos (nesse horário em que todos saimos de casa rumo ao trabalho), sistematicamente de 5 em 5 minutos, passou a 15, e as pessoas se amontoavam nas plataformas. E a angústia mutiplicava nos corações. Como é desesperador um dia que não foi programado de acordo com o grande relógio virtual da cidade que não para! Dentro do trem, a situação de gado que somos trasnsportados diariamente e que é sublimada, esquecida todo dia foi verbalizada... (Foi no transporte público que eu descobri que aquela lei da física "dois corpos não ocupam um mesmo lugar ao mesmo tempo" poderia ter-se equiv

Eu vejo gente morta!

Eu vejo gente morta! Enxergo a todo tempo mortos sociais. Incomunicáveis com sua própria vida e sociedade, consigo mesmos, os mortos sociais soam como aparições. Até assustam quem os enxerga de vez em quando. E precisam de mediunidade para que alguém escreva sobre eles, sobre suas histórias (que não são estórias...) pq como sem-vidas, foi-lhes tirado o próprio direito de comunicação, direito de serem ouvidos quando falam por falarem qualquer linguagem inaudível em nossa sociedade. Ainda mais agora na era virtual, em que vivemos virtualmente, esses vão de fato morrer para o mundo. Vão continuar precisando de médiuns que lhes transcrevam as vidas... E nessas horas é que acho que de fato existem universos paralelos...

O sentido (s) da vida.

A velocidade da vida tão somente aumenta a velocidade dos meus pensamentos e dos meus sonhos... e a mutiplicidade dela (vida) tão somente os mutiplica...E eu quero tanto, com tanto encanto que espero que não se desencante o fato de eu não esperar por qualquer mágico encanto, encantamento. No momento vou com o vento plantando sementes que, ao menos uma delas, deve nascer. Agarro a vida, desesperada, para que vida seja dada, gerada, que se encontre um modo que vivamos, mesmo que a morte vá chegar. Algo além de nós sempre vive. Eu não espero por outra vida, ainda que mil possibilidade de tantas coisas existam (fim do mundo, aquecimento global, extraterrestres, vida pós-morte, reencontro com Deus, universo paralelo...) eu quero simplesmente dar vida a esta vida que estou vivendo, o resto fica pra depois, pq, no fim das contas o que importa são as relações verdadeiras, nossos encontros, desencontros e reencontros, encontros...seja com natureza, família, pai, mãe, irmãos, vizinhos, amigos, a

São Paulo

Pessoas, pessoas, pessoas. Muitas pessoas. Muito barulho. Muito. + q beaucoup, c'est trop!

Je serai là

Je serai là. Plus à gauche qu'à droite, je serai là.

Ser eu

Eu poderia ser normal, normal de norma, normativo, normalidade, mediocridade (mediano, igual a média...). Eu poderia ter cabelos longos, chapinha, luzes, botas, salto alto, sapatos, sapatos, sapatos, maquiagem, roupa da moda, jóias, unhas pintadas, casa arrumada, cartão de crédito a pagar, bolsas e mais bolsas. E barriga tanquinho, peso 50, depois de horas e horas de academia 5 vezes por semana, mais cabalereiro uma, manicure duas. Eu poderia sim ser assim, tão assim, tão assim assim. Mas não sou do sim. Não sou assim. Eu poderia ser, mas resolvi ser, ser um ser, ser de verdade. Escolhi eu sou, ao invés do poderia ser. Eu escolhi ser, ser eu. Sou do não sou assim.

Mais

Estupenda, estupefata, luxuriante, indomável, angelicalmente inacreditável...uma mentira ambulante, uma verdade impronunciável, um contraste operante, impossível! Mas é a mais pura verdade! Uma humanidade humana e humanamente pura e torpe. No que se esconde e a quem calhe, que se cale, a que serve esses implurais impossíveis, essa exatidão pobre, esses certos e errados, pólos feitos de costumes de desamor, pq o amor em suas infimas significações e possibilidades só pode ser plural!

Amor

O amor é mesmo assim! Como assim? Assim. Assim sendo... só poderia ser assim. Assim assim. "Que tal assim? Que tal, assim? Que tal? Assim?..." Por assim dizer, assim. Desse mesmo jeito de sempre. Amor.

Ensaio sobre a cegueira

Espectadores. Acostumamo-nos com esta posição. A de olhar sem ver, sem exigir-se qualquer ação. Em vão, nossos olhos são agora então em vão. Bombardiados de imagens cegaram. Chegaram ao ponto do não reconhecimento, é o tempo da não identidade, falta de identificação. Espectadores, à espera. À espera da próxima imagem, catástrofe ou não, em vão... é só pra ver, não pra olhar, enxergar, sentir, ressentir, magoar, agitar, acionar, partir. É só pra assistir...ou melhor, pra assistir à, não pra assistir. Assassinatos, roubos, violências mútiplas e de todas as partes, misérias, não mais misérias criadas, articuladas, gravadas agora ao vivo e a cores. Que cores? As cores agora por hora também são raras...Tá na cara e parece até que assim é sempre verdade, um alarde, mas só um alarde, nada que dispare. E a arte? Na maior parte, nada que arte cule, apenas mais um cotidiano, agora em imagens, imagens, imagens, que nos anestesiaram, nos engessaram, nos espectadorizaram. Há de se espectorar, botar

Aniversário

Ariana do lado de baixo do Equador, nasci no outono. Do mês de abril sai como sairam muitos poetas mauditos antes de mim: Rimbaud, Baudelaire, Renato Russo, Cazuza. Mas tenho ainda a suavidade do outono cantado por Quintana... Dessa mistura de áries e outono que só é possível à brasileira, do lado Sul do mundo, é que eu nasci. É que sou bem assim. Bem Áries. Bem Outono. E ainda nasci depois das 22 horas; então, só poderia ser Boêmia! Meu lado do dia é deveras diferente do da noite, e esse agito preguiçoso só poderia ser outono! E essa contradição toda só poderia ser de ariana! Áries ascendente capricórnio... Ainda mais do dia 7... Plena perfeição!...

Ser

Ser o que se vê. Ser o que se é. O que se vê é o que se é? O que se é é o que não se vê? Não se vê o que se é? Só se vê o que se quer ver? Ser o que se quer ver? Ver o que se quer ser? Ser o que se quer ser mas que não se quer ver? Ser é o que se vê? Se vê o que é um ser? Ser é ser sem ver? Ser só é quando se vê? Ver nem sempre é o que se é? Ser é o que se vê ou ser é o que se é?

Comunicação

Já falei sem parar. Já silenciei. Já gritei loucamente. Já calei e falei tudo para dentro. Agora espero a hora de poder me ouvir... Eu tentei me dizer, me explicitar, tentei explicar tudo que era incalável e numa violência inexplicável rompia em mim; não consegui. Então implodi. E por ninguém ouvir, desencanei e nem liguei, passei a nada explicar, a nada dizer, apenas fazer. E descobri que os atos sem respaldo, sem embasamento, são um tormento e perfeito pretexto a que quer emprestar-te palavras, dizer por ti o que não justificas de tua ação...Nada então...Calei. Calejei. Numa esperança profunda de que o silênio diga o que se não pode explicar...E que se descubra que quem cala não consente. Apenas sente. Sentir que palavras demais, palavras a mais são fúteis e infrutíferas... Sente que não se entenda, que não se sinta. Que não se ouça uma voz rouca já cansou de tanto de gritar, de tanto falar e agora sussurra o que esse barulho ensurdecedor da sociedade moderna, pós moderna, demodé, nã

Revolução

casa. varanda. rede. chero de café. caneta. papel. idéias. sentidos. amor. gosto. chero. calor. frescor. agrado. música. violão. discos. poesias. livros. jardim. bichos. humanidade. saciedade. histórias. pequena grande sociabilidade. pequenas grandes revoluções se fosse de todos um pouco desses a dois.

Mulher na História do Homem.

Mulher. Não mãe, nem modelo, nem vitrine, nem carne, nem só corpo, nem só alma feminina, nem só coisas de mulher, tpm, vaidade, sensibilidade, fragilidade, muitas palavras. Nem só. Não sou só o que o Homem fez com o mundo. Não sou apenas a costela de Adão, o lado errado de tudo, a fonte do pecado, o sexo frágil, a reprodutora, a santa, pura, virgem, puta. Quantas mulheres (r)existem na História do Homem? No mundo do Senhor? Senhor, Pai, Deus e também Homem. Quantas mulheres (r)existem na História dos Homens? A virgem e a puta. A virgem ou a puta. Onde ficaram as Marias que não são nem aparecidas nem madalenas? Aparecida ou Madalena arrependida, foi isso que restou da mulher na História dos Homens? Ah, a graça da mulher! Ah, o dom de ser mãe! Ah, a perdição do homem! Ah, coisas de mulher! (o bicho estranho que sangra todo mês e não morre...). Aquela que pode chorar (que só pode chorar...)... O escasso senso do ser humano, da humanidade. O escasso senso de ser (ser verbo, que na bela lín

Perdicao

Perdi-me muitas vezes...perdi-me muitas tantas vezes...perdi-me sem ter-me achado, perdi-me... Encontrei-me com muita gente interessante, com muitas almas desgarradas, amargadas ou insipientes diante do sabor da vida... Perdi-me tanto que me encontrei em um qualquer caminho que nao fosse fuga...(e eu ainda nem tenho rugas...) encontrei-me num qualquer caminho a se seguir...encontrei-me por andar perdida e andar sozinha, na compahia da solidao... Outras tantas vezes a solidao fora a melhor amiga, a mais compreensiva nessa imensa inexatidao...fora melhor que os amigos torpes desalmados encerrados em sua condicao de a-sos com o mundo...e num encontro vagabundo fazer-se mundo no mundo alheio... Num vagueio de fantasia perdi-me por nao achar-me nesse mundo, num caso confuso entre realidade e ficcao...nesse iludido mundo realista, perdi-me,perdi-me, certa de estar achada... Eu dancei com a vida um dueto ardente, um baile indolente, mistura de tango e valsa, num passo caracao. Eu dei-me a tod

POIS E

Pois é, não deu Deixa assim como está sereno Pois é de Deus Tudo aquilo que não se pode ver E ao amanhã a gente não diz E ao coração que teima em bater avisa que é de se entregar o viver Pois é, até Onde o destino não previu Sei mas atrás vou até onde eu consegui Deixa o amanhã e a gente sorri Que o coração já quer descansar Clareia minha vida, amor, no olhar Los Hermanos.