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O Grito

Nao tem sido raro faltar-me palavras...Mas qnd elas me faltam sinto-me na mais plena e profunda solidao...parece-me que assim faltam tambem sentimentos...sem invento falta a criacao na qual me reconheco ser em mim...ora, nao eh aquela falta desatinada de quem vive a vida sem tempo pra escrita de tanta vivencia...eh tao soh essa falta sufocada, desolada de quem soh diria sentimentos vis, incomunicaveis, indiziveis por nascerem abortados, por serem mortos, infrutiferos...oh sufoco...eu diria coisas tao belas se as soubesse agora...eu diria, diria sim...se eu admirasse, se eu me admirasse, se eu estivesse de olhos abertos e atentos eu diria sim...eu faria uma critica social, diria coisas belas, descreveria detalhes, seria leveza, poesia doce que refresca a alma ao se entender...eu a faria, combinaria palavras amigas e tal qual uma musica, elas palavras notas bailarinas dancariam por ai, a fazer dancar tambem as gentes...mas eu nao digo, nao faco pq nao posso, minha agua hoje eh impropria

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Caminho num tuneo escuro e desabafo...eh para o vento, pensamentos vaos e desencontrados...passo a passo eu trilho esse caminho desatinado...desatino sempre meu... Eu vou e me encontro, tropeco em mim mesma e desnudada diante dum espelho agudo me encontro espantada...essa imagem eu ja conheco, embora destorcida, reencontro com algumas outras marcas da vida e nenhum brilho a mais, nem demais...diferencas tenues e alguma indiferenca e no fim de tudo eh nenhuma diferenca...o meu caos eh sempre o mesmo, eu jah o conheco...Quando paro nesse avesso, nesse comeco recomeco, quando recomeco eu jah me entrego, reconheco, me cumprimento e digo oi as velhas questoes...em direcoes...em espiral, vou numa nau, sideral, dessiderio, desir, desejo...esse ensejo de saber em qual direcao, eh sem razao...nem o caminho de volta eh retilineo, se da em voltas, e as voltas comigo mesma me encontro, me reencontro desencontrada...dai nao eh desejo e nem nada, somem-se os sentimentos, e num eco seco ressoa a min

Quando falta humor

Quando falta humor resta apenas uma expressão sombria, um riso inexpressivo...um riso sem risada... Quando falta humor o coração aperta e nem a lágrima se faz... Quando falta humor o dia é mais pesado; sente-se o peso real inimaginado das coisas...percebe-se que há coisas que realmente são sérias... Quando falta humor falta até a esperteza irônica, do saber dizer sem dizer-se que põe pra fora coisas incaláveis sem levantar suspeitas... O que é a irônia sem o humor? (ainda que negro...) Quando falta humor falta até o sentimento... Quando falta humor sobra o desespero, sobra o exagero e apedrejado, peito entalado sufoca-se por não conseguir respirar por uma risada... Quando falta humor, falta aquela simplicidade das coisas, tudo se torna tão pesado...não é possível então a leveza da brincadeira e aquilo que seria só mais uma irônia (do destino?), aquilo que seria só mais uma brincadeira, perde-se no seu possível fundo de verdade e torna-se tela inteira... Falta humor, falta o riso de si

(Quem sou eu?) - talvez...:

poeta, artista, sonhadora, professora, estudante, filha, mulher, amiga, irmã... são tantas profissões, tantos seres, e tudo é uma coisa só... até mãe já sou; dou a luz às palavras gêmeas que nascem no meu coração... artista do beco da vida, do boteco da vida também... (onde bebo piadas sórdidas ao sabor de cerveja brasileira...), poeta que já não sabe fazer poesia, atriz do palco escuro, compositora do blues solitário... e foi assim que eu compus uma trilha, com um foco insolente, rasgando um verbo inexistente, eu vivo um grito sem palavras, hora canto, hora arma (que às vezes dispara em minha direção...)... eu fiz as falas da minha peça rara, lá se encena toda minha ilusão...eu fiz as falas e não as falei, e na falta de palavras eu exitei: a personagem era eu, sou todas as mascaras do meu carnaval (que tem fim...), e desnudada, sem palavras, eu achara a minha mais plena criação: era eu. sou eu, mas só calada, na hora das falas, mesmo essas falas, sou mais uma personagem composta por m

(Quem somos nós?) - COLETIVA (O)

Os fatos, os rostos, derrotados…os ratos, abarrotados…o lixo entalado, entulhado… Os hábitos alucinados, os vícios, condenados, impensados…os astros desalmados, opacos, pagos… Alucinado? Só se for o trabalho, porque você é que não pode estar… O preço é caro, o resto não é raro, o vício é consumado…O consumo é desalmado… A rebeldia é sem causa, a causa é delingüente, nada mais é aparente… E se não há aparência não se sobrevive… (foi aí que a causa saiu de moda…) Os gestos são pensados, etiquedos… A revolução foi abortada, ou melhor, nascida, foi adotada… Os jovens, inexistentes…a juventude envelheceu…esqueceu que era jovem, o que é ser jovem… O tempo também é consumidor, consome à vista ou em prestação, o custo é alto, é alto custo… O susto não é raro, o caro não é raro, o cara não é caro, a vida não é cara… O sentimento é o amor, embrulhado, enfeitado, vendido em pratileiras ou pregado goela abaixo…o amor a todo custo…pode ser caro ou a preço popular… O medo é o sentimento…não é raro,